Basta um simples rodopiar para perceber o que é que estes vestidos têm de tão especial. Pelo menos, para Inês Risques, de 34 anos, a engenhoca demorou o seu tempo a fazer sentido e ainda mais a ganhar forma. Mas valeu cada dia, semana e cada mês de experiências à volta de tecidos e máquinas de costura. Três anos depois dos primeiros vislumbres de um vestido, as Flausinas saíram à rua, com dois fechos estrategicamente costurados. Quando abertos, frente e costas tornam-se peças separadas, combinadas e recombinadas ao gosto de cada uma.

“Comecei a pôr em causa porque é que um vestido é feito por inteiro, porque é que a parte da frente se cose à parte de trás”, afirma Inês, a criadora da marca. E o melhor ainda está por contar. A ideia peregrina surgiu-lhe enquanto estava a fazer um mestrado em gestão, na África do Sul, depois de oito anos a trabalhar com mercados financeiros em Nova Iorque e em Londres. O bichinho da moda falou mais alto e as aulas de costura que lhe foram ocupando os tempos livres na Cidade do Cabo também. Atenta às tendências, o consumismo desmedido nunca foi a praia de Inês Risques, daí a ideia de negócio ter passado por reinventar um dos clássicos do guarda-roupa feminino e transformá-lo num pequeno camaleão, hoje logótipo da marca.

As duas metades de cada vestido unem-se através de fechos. © Divulgação

“O conceito estava lá. Eu sabia que era isto, apresentei à minha avó de 90 anos, que percebe de costura, ela aprovou e comecei a fazer protótipos”, conta. Parece simples, mas o caminho ainda se complicou. Quando Inês percebeu que o que queria fazer era uma única metade que tanto pudesse ser usada à frente como atrás, foi chocar em cheio nos cânones da modelagem. Nada que não tenha sido ultrapassado com o corte certo: silhueta oversized e mangas curtas.

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A loja online abre no fim de junho e a primeira coleção das Flausinas traz 20 opções, estampados e cores lisas, para combinar ao gosto da clientela. O tamanho é único e assenta bem a todas. Os padrões são desenhados por Inês e, da estampagem à hora de coser os fechos, tudo é feito em Portugal, entre o Norte e os arredores de Lisboa. O material, uma fibra de toque acetinado chamada tencel, é esvoaçante, a combinar com as próprias Flausinas. Inês, atualmente professora assistente na Universidade Nova de Lisboa, sempre quis um nome bem português para a marca. Encontrou nestas mulheres vaidosas e sem medo de dar nas vistas a expressão perfeita para os seus meios vestidos.

Nome: Flausinas
Data: 2017
Pontos de venda: loja online (abre no final de junho)
Preços: 49€

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