O líder do Partido da Renovação Social (PRS) da Guiné-Bissau, Alberto Nambeia, disse este domingo à Lusa que o partido não foi consultado nem antes nem depois da decisão do Governo de suspender as emissões da RDP e RTP-África no país.

“É uma decisão do Governo sobre a qual o partido não foi consultado nem antes e nem depois”, afirmou Alberto Nambeia.

Para já, o PRS não quer assumir nenhuma posição em relação ao fecho das emissões, adiantou Nambeia, que prometeu falar do assunto assim que receber uma orientação dos órgãos do partido.

“Eu funciono de forma colegial, sempre foi assim e assim vai ser”, notou o líder do PRS, referindo-se ainda a uma posição do partido relativa à suspensão das atividades e das emissões da RDP e RTP-África na Guiné-Bissau. O PRS é a segunda maior força política do país e faz parte do Governo liderado pelo primeiro-ministro, Umaro Sissoco Embaló.

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Na sexta-feira, o ministro da Comunicação Social guineense anunciou a suspensão das atividades da RTP, da RDP e da agência Lusa na Guiné-Bissau, alegando a caducidade do acordo de cooperação no setor da comunicação social assinado entre Lisboa e Bissau.

No entanto, posteriormente, anunciou que o Governo guineense recuou na decisão de suspender a atividade da agência Lusa naquele país, mantendo-se a decisão no caso da RTP e RDP.

O Governo de Bissau alegou que não recebeu qualquer resposta ao pedido de revisão do protocolo de cooperação na área da comunicação social entre os dois países, algo que o chefe da diplomacia portuguesa nega.

“Recebemos no passado dia 07 de junho uma proposta de revisão do protocolo na área da comunicação social”, que foi dirigida ao Ministério da Cultura português, explicou Augusto Santos Silva. “Essa proposta foi reencaminhada para a RTP, empresa pública, para que ela desse o seu parecer e, do nosso ponto de vista, os trabalhos necessários [para iniciar a renegociação] estão em curso. Ao contrário do que ouvi dizer ao senhor ministro da Comunicação Social da Guiné-Bissau, o ministro da Cultura [português] respondeu à carta”, disse Augusto Santos Silva.

O atual Governo da Guiné-Bissau, de iniciativa presidencial, não tem o apoio do partido que ganhou as eleições com maioria absoluta e este impasse político tem levado vários países, entre os quais Portugal, e instituições internacionais a apelarem a um consenso.