Mark Beighley, um antigo dirigente dos Serviços Florestais do EUA avisou em 2009, num relatório entregue no Parlamento durante a governação Sócrates, que se devia levar “muito a sério” o risco “catastrófico” de arderem mais de 500 mil hectares num só ano. Era o cenário mais extremo, a que atribuía uma probabilidade de 5%, mas foi aquele que se concretizou em 2017.

“Na próxima década, o risco catastrófico de uma época de incêndios que consuma uma área igual ou superior a 500 mil hectares, em Portugal, deve ser levado muito a sério”, escrevia Mark Beighley, num relatório recuperado pela TSF. Alguns anos antes, Beighley tinha ajudado o governo português a fazer o Plano Nacional de Defesa da Floresta Contra Incêndio.

A partir da experiência de Beighley, e de várias viagens feitas pelo país, o especialista diz hoje que as razões para os fogos “são muitas, a resposta é complexa e não é fácil, mas o principal fator é o abandono das zonas rurais”. Os idosos que ficam não conseguem manter os campos que antes bloqueavam o avanço do fogo, dando lugar a árvores ou mato que ardem facilmente”, defende o norte-americano.

Em países como Itália ou França, em contraste, as zonas rurais não estão abandonadas pelos jovens. E isso é o mais importante: “É sexy anunciar mais aviões, helicópteros, meios aéreos pesados, todos os políticos gostam de o fazer… mas não é o mais importante”, diz o especialista à TSF.

Especialistas: novas medidas são “o primeiro passo concreto para o fogo absolutamente desastroso de 2030”

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