O advogado Simão José Santiago é uma das duas vítimas mortais do surto da bactéria legionella detetada no Hospital São Francisco Xavier, em Lisboa. Tinha estado há uns dias naquela unidade hospitalar para fazer exames e dias depois sentiu-se mal dirigindo-se ao Hospital dos Lusíadas onde ficou imediatamente internado, acabando por morrer.

Exercia advocacia desde sempre, nos últimos tempos com menos intensidade e no escritório onde trabalhava há 37 anos com o advogado Francisco Teixeira da Mota. Em 1975 exerceu funções públicas, num dos governos provisórios chefiados por Vasco Gonçalves, como chefe de gabinete do então secretário de Estado da Indústria, João Martins Pereira. O ministro da pasta era João Cravinho que, ao Observador, recorda o advogado como “um homem absolutamente impecável e de uma integridade cívica notável”.

Não era militante socialista, mas tinha muitos amigos no PS. Cravinho recorda que o amigo “acompanhava a política de perto, embora não fosse um ativista”. Tinha estado com ele há cerca de dois meses, num almoço de velhos amigos. Vera Jardim, também advogado e socialista, recorda que Simão Santiago fazia parte de um grupo que se reunia para tertúlias no bar Procópio.

O advogado de 77 anos não estava doente e tinha estado no Hospital São Francisco Xavier à espera para fazer exames de rotina. Acabou por morrer já na unidade hospitalar privada.

Entretanto, a Direção-geral de Saúde e o Instituto Ricardo Jorge informaram que subiu para 34 o número de pessoas infetadas com legionella, cinco estão internadas em unidades de cuidados intensivos.

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