O Estado realizou um novo aumento do capital estatutário da CP – Comboios de Portugal de 11 milhões de euros, para 3.850 milhões de euros, foi comunicado esta quarta-feira à Comissão de Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

“A CP – Comboios de Portugal, EPE informa que o Estado Português aumentou o capital estatutário da empresa em 11.000.000,00, o qual passou a ser de 3.850.091.940,00 euros”, lê-se no comunicado.

Em 11 de dezembro, foi divulgado um aumento de capital do Estado de 418,3 milhões de euros, tendo então passado a deter 3.893.091.940 de euros. Antes, em 25 de outubro, o Estado tinha aumentado o capital da empresa de transporte ferroviário em 16,8 milhões de euros.

No final de junho, aquando da nomeação do novo presidente do Conselho de Administração, Carlos Nogueira, a imprensa revelou que o Estado tinha colocado na CP — Comboios de Portugal mais 12,4 milhões de euros, totalizando em mais de 900 milhões o valor usado nos últimos três anos para capitalizar a empresa pública que gere a rede de comboios nacional.

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Na altura, numa resposta ao Jornal de Negócios, a assessoria de imprensa do Ministério das Infraestruturas disse que o aumento de capital estatutário da CP, em 12,4 milhões de euros, se destinava a suprir as necessidades de capital da empresa.

Cerca de um mês depois, no final de agosto, a CP anunciou ter reduzido o prejuízo para 57,9 milhões de euros no primeiro semestre do ano, face a igual período de 2016, tendo transportado 60 milhões de passageiros.

No relatório e contas dos primeiros seis meses deste ano, o grupo CP – Comboios de Portugal explica que, para este desempenho, contribuiu “fundamentalmente” a melhoria do resultado operacional em 8,3 milhões de euros (para 18,8 milhões de euros negativos), ou seja, mais 31% do que no mesmo período do ano passado, e do resultado financeiro, com mais 12%.

Entre janeiro e junho, a CP transportou 60,2 milhões de passageiros, 4,8% acima do previsto, um crescimento que diz ser transversal a todos os serviços e todos os títulos.

No final do primeiro semestre, a CP tinha 2.696 funcionários, mais 50 do que no mesmo período de 2016, resultado do recrutamento realizado durante o ano passado, ainda que compensado por “um número significativo de saídas por reforma e por revogação do contrato de trabalho por mútuo acordo”, segundo o relatório.

A dívida remunerada da CP era, em 30 de junho, de 3 mil milhões de euros, com uma redução de 17,7 milhões em relação ao final de 2016, “em consequência fundamentalmente da amortização de empréstimos BEI” (Banco Europeu de Investimentos).