Tudo começou com um ajuste direto da EGEAC — empresa da Câmara de Municipal de Lisboa que gere as atividades culturais –, para compra de 30 mil cartolas para a Passagem de Ano por 57 mil euros, noticiada pelo jornal Sol. As redes sociais incendiaram-se de indignação e fonte EGEAC veio esclarecer que tudo seria pago por um “patrocinador”: a Super Bock. Mas havia outro dado. A s cartolas foram compradas a um ex-autarca socialista, acrescentaria depois a Sábado. Esta sexta-feira, a EGEAC emitiu uma nota a dizer que foram consultadas três entidades e que se limitou a escolher o preço mais baixo. Mas essas entidades não são indicadas na publicitação no site Base.gov.

O Observador questionou a EGEAC sobre quem foram as outras duas entidades consultadas, mas não obteve resposta até à publicação deste artigo. No comunicado, a EGEAC explica que, “relativamente ao contrato de fornecimento de trinta mil cartolas para a passagem de ano 2017/2018, foi realizado um procedimento pré-contratual de ajuste direto com consulta a três entidades que trabalham nesta área, cujo critério de adjudicação foi o do preço mais baixo”. Foi assim, explica a EGEAC, que “foi selecionada, de acordo com o critério acima referido, a empresa Whitespace Creative Communication, Unipessoal, Lda., cuja proposta cumpriu todos os requisitos constantes no caderno de encargos”.

A Whitespace Creative é uma empresa do socialista Pedro Calhordas que foi deputado municipal do PS em Estremoz no mandato de 2009-2013 e onde, segundo a revista Sábado, enfrentou problemas de incompatibilidades, precisamente por ter celebrado um contrato de prestação de serviços (na área do design) com a autarquia no valor 57.948,55 euros.

A EGEAC aproveitou ainda a nota para “informar que à semelhança das Festas de Lisboa, está garantida a recolha e a transformação através de processos de reciclagem do plástico produzido nos três dias de concertos na Praça do Comércio”.

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