Michela Moioli, medalha de ouro. Julia Pereira de Sousa Mabileau, medalha de prata. Eva Samkova, medalha de bronze. Como? Vamos rebobinar o filme: Julia Pereira de Sousa? É mesmo verdade, há uma francesa descendente de portugueses no pódio da prova feminina de snowboard cross dos Jogos Olímpicos de Inverno, em PyeongChang, como confirmou a RFI.

Aos 16 anos, Julia, que não partia como favorita (longe disso), fez história ao tornar-se a atleta mais nova de sempre a ganhar uma medalha olímpica para a França. Praticante da modalidades desde os nove, quando estava em Isola, estreou-se em Taças do Mundo em 2017 e tinha como grande ambição… chegar aos Jogos de Inverno. Fã da mediática americana Lindsey Vonn e do gaulês Tony Raimon, conquistou a medalha de ouro por equipas e de bronze individual nos Mundiais de Juniores do ano passado, que se realizaram em Klinovec, na República Checa. E o que faz quando não está no snowboard? Faz esqui, ciclismo, skateboarding ou wakeboarding, como destaca a página oficial do evento.

“O meu objetivo era chegar à final e, nesse patamar, não tinha nada a perder. Pode ser pela idade, apesar de já andar no Circuito Mundial há um ano e meio, mas nunca tive medo. Aliás, nunca tenho, não sou assim”, sublinhou no final da prova no Phoenix Snow Park de PyeongChang.

“Foi um pouco de loucos, ver-me numa final com raparigas mais velhas e com muito mais experiência do que eu. Vi algumas na televisão quando tinha quatro anos e, mais tarde, em Sochi. Agora, terminei à frente delas. A medalha de prata é inacreditável, estou mesmo feliz”, completou à Reuters, falando de atletas como a americana Lindsey Jacobellis, de 32 anos, que ganhou uma medalha de prata nos Jogos de Torino, em 2006, e agora acabou na quarta posição.

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Outra história paralela nesta prova acabou por ser o bigode pintado pela medalha de bronze, Eva Samkova, quando subiu ao “primeiro” pódio logo após o final da competição. Porquê este visual? Campeã olímpica nos Jogos de Soci, em 2014, onde surgiu da mesma forma, a checa nunca dispensa o adereço desde 2011, quando participou pela primeira vez na Taça do Mundo em La Molina. “Como fiquei no quinto lugar e me deu sorte, comecei a pintar sempre um bigode”, disse ao site da prova.

Também para a jovem italiana Michela Moioli, de 22 anos, o ouro foi especial: a atleta já tinha marcado presença nos Jogos de Sochi, em 2014, falhando a final com uma violenta queda que lhe retirou muitos meses de competição por ter sido operada aos ligamentos do joelho. Quatro anos depois, a história foi escrita de outra forma.