Análises inovadoras ao sangue e à urina poderão vir a detetar precocemente o autismo nas crianças, ligado a danos nas proteínas que estão no plasma sanguíneo. Uma equipa de cientistas baseada na universidade britânica de Warwick publica esta segunda-feira um estudo no boletim Molecular Autism em que refere ter encontrado uma relação entre as doenças do espectro do autismo ao analisarem o sangue de crianças diagnosticadas com essas doenças.
As proteínas do plasma sanguíneo dessas crianças apresentaram marcas de oxidação e alterações provocadas por açucares. “Esperamos que as análises revelem novos fatores causais. Com mais testes, poderemos revelar perfis específicos no sangue e na urina das ‘impressões digitais’ de compostos com modificações. Isto poderá ajudar-nos a melhorar o diagnóstico das doenças do espectro do autismo e descobrir novas causas”, afirmou a docente de Biologia Experimental Naila Rabbani.
Em 30 a 35 por cento dos casos de autismo foram reportadas causas genéticas, enquanto o resto dos casos deverá estar ligado a uma combinação de fatores ambientais, mutações e variantes genéticas raras.
A investigação centrar-se-á agora em mais grupos de crianças, para confirmar a fiabilidade dos diagnósticos e determinar se o teste consegue detetar precocemente as doenças, determinando como poderão evoluir e se os tratamento resultam. Na investigação participaram ainda a universidade de Birmingam, a de Bolonha, Itália, o Instituto de Ciências Neurológicas de Bolonha e a Fundação Don Carlo Gnocchi.