A massa de frio vinda da Sibéria que invadiu a Europa é de tal modo gelada que o pólo Norte esteve mais quente do que o território europeu durante o último fim de semana. Países como França, Alemanha e Bulgária ficaram pintadas de branco, com os termómetros a apontar para temperaturas abaixo de zero e com lagos a congelar tão depressa que deixaram bolhas de águas presas no interior. Enquanto os europeus tentam resistir ao frio que tem congelado as estradas e fechado escolas, uma onda de ar quente dirigiu-se para o norte do globo, elevando as temperaturas do Ártico para valores 25ºC acima do normal.

Por cá, a neve dificultou o trânsito e o funcionamento dos estabelecimentos públicos, mas não impediu a diversão da população: os italianos correram para a Praça de São Pedro, que não via neve há seis anos, e os franceses aproveitaram a neve junto à Torre Eiffel. Mas lá em cima, o Morris Jesup — o cabo mais a norte da Groenlândia — esteve um dia inteiro com temperaturas positivas, apesar de estarmos em pleno inverno, de o pólo estar mergulhado na escuridão e de as temperaturas nesta altura do ano rondarem os -30ºC.

Na Europa, inclusivamente nas ilhas portuguesas, as condições climatéricas têm dificultado o trânsito aéreo. Mas em contraste, o mar Bering está com os níveis mais baixos de bancos de gelo desde 9179, quando começou a haver registos. E até há ondas a rebentar na ponta mais oeste do Alasca numa altura em que o mar devia estar congelado.

A vida não está a ser fácil na Europa, apesar das famílias terem aproveitado a neve para se divertirem com pás e bonecos de neve. Os barcos que agora deviam estar a pescar têm de ficar atracados porque ficaram presos na água congelada. As estradas têm de ser constantemente varridas por máquinas que as livram do gelo. E as estátuas mais célebres de Roma ficaram debaixo de neve. Veja as imagens na fotogaleria.

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