A 11 de setembro chega às salas de cinema portuguesas um novo filme de João Botelho. O realizador português mergulhou no universo queirosiano d´Os Maias e descobriu que há mais semelhanças com o Portugal do século XXI do que imaginava à partida.
“Os Maias – Cenas da vida romântica” é o regresso de João Botelho à literatura portuguesa, depois de ter adaptado “A Corte do Norte” de Agustina Bessa-Luís, “Quem és tu” de Almeida Garrett ou, mais recentemente, Fernando Pessoa, no “Filme do Desassossego”. Sobre Os Maias, um dos livros mais lidos do país, já sabemos o drama do médico Carlos da Maia que se apaixona por Maria Eduarda, sua irmã. Mas João Botelho não fez um filme de época.
Da vasta obra de Eça de Queirós, a escolha de Os Maias deve-se às semelhanças encontradas por Botelho no Portugal do século XIX e no século XXI, disse o realizador em conversa com os jornalistas no Grémio Literário, em Lisboa, onde decorreram algumas filmagens.
“Quantos Dâmasos Salcedes, Silveirinhas, condes-ministros Gouvarinhos, os banqueiros Cohen andam por aí à solta!”, disse Botelho, uma alusão à elite em decadência do século XIX, que Eça descreve com grande pormenor na obra.
O elenco é composto por nomes como Graciano Dias, Maria Flor, Pedro Inês, João Perry, Hugo Mestre Amaro, Maria João Pinho, Adriano Luz, Filipe Vargas, Marcello Urgeghe e Pedro Lacerda. Os interiores foram filmados em palacetes, sobretudo em Lisboa, e os exteriores são todos filmados em estúdio, usando telas de grandes dimensões, pintadas pelo artista plástico João Queiroz.
“Os Maias – Cenas da vida romântica” estreia em 22 salas por todo o país, entre as quais o novo Cinema Ideal, onde estará em exibição uma versão longa de mais de três horas.
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