A exposição “1961: Ordem e Caos” vai mostrar, pela primeira vez, a partir de 22 de maio, na Casa das Histórias, em Cascais, obras produzidas no início da carreira de Paula Rego, anunciou hoje esta entidade.

De acordo com a Casa das Histórias Paula Rego, serão também apresentadas nesta exposição obras do marido da pintora, o pintor Victor Willing (1928-1988), e dos artistas Eduardo Batarda e Bartolomeu Cid dos Santos.

Com curadoria de Catarina Alfaro e Leonor de Oliveira, a exposição vai mostrar, pela primeira vez, um vasto conjunto de obras de Paula Rego, produzido durante as décadas de 1960 e 1970.

“1961: Ordem e Caos” apresentará pintura, gravura e desenho, e incluirá também um núcleo documental para reforçar a evocação dos momentos mais marcantes do início do percurso artístico de Paula Rego em Portugal.

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O objetivo, segundo a entidade, é documentar e analisar o início do percurso artístico da artista e o seu impacto no panorama português da época.

“As obras concebidas por Paula Rego durante estes anos remetem para a situação política do país, comentando-a de forma sarcástica e crua. Ao sublinhar esta orientação temática, aprofundam-se as inquietações políticas que atravessaram a obra da pintora neste período em particular, mas também em fases posteriores do seu trabalho”, sublinham as comissárias num texto sobre a nova mostra.

Além das obras de Paula Rego, a exposição vai ainda mostrar trabalhos de dois artistas portugueses que assumiram também uma postura crítica em relação ao regime e à vida social e cultural do país naquela época.

Os artistas em causa – Bartolomeu Cid dos Santos e Eduardo Batarda – desenvolveram uma linguagem figurativa própria.

A exposição explora a ligação de pesquisas diferenciadas e inovadoras no campo da figuração, a partir dos anos 60, com o comentário político, social e cultural.

Esta exposição inclui ainda obras do marido de Paula Rego, o artista Victor Willing (da coleção da Casa das Histórias), que “evidenciam a cumplicidade artística e vivencial que estabeleceu com Paula Rego”.

“Considerado, na Slade School, como um porta-voz da sua geração, pelo seu brilhantismo intelectual, Victor Willing (1928-1988) representa, desde o início da formação académica de Paula Rego, a sua referência tutelar, a ligação mais imediata ao panorama artístico da época”, salienta o museu.

Paula Rego, 78 anos, artista portuguesa naturalizada no Reino Unido, onde vive e trabalha, teve a sua primeira apresentação pública em Portugal em 1961, recebeu uma bolsa de estudo pela Fundação Calouste Gulbenkian para 1962-1963 e fez a primeira exposição individual na Sociedade Nacional de Belas-Artes foi em 1965.

Devido ao impacto das iniciativas da Fundação Calouste Gulbenkian na carreira de Paula Rego, esta instituição irá ser destacada na panorâmica histórica da exposição, que é comissariada por Catarina Alfaro, curadora principal da Casa das Histórias, e Leonor de Oliveira, investigadora do Instituto de História de Arte da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa.

A inauguração está prevista para o dia 22 de maio, às 18:30, e a exposição ficará patente até 26 de outubro.