O jogo da final da Liga dos Campeões já estava mais do que decidido. A grande penalidade para o Real Madrid era já o golpe final num jogo particularmente cruel para o Atlético. Ainda assim, Cristiano Ronaldo saiu disparado depois de marcar o golo, tirou a camisola e, em tronco nu, posou para as câmaras enquanto gritava. Sabe-se agora que terá sido um festejo planeado para o futuro “Ronaldo, the movie”.

Ronaldo já sabia que havia uma câmara de cinema no estádio e onde estava colocada, por isso correu imediatamente para lá. “Seguramente que os planos ficaram espetaculares”, afirma José Félix Díaz, do jornal El Confidencial, que primeiro deu a notícia. “A dúvida agora é saber se o melhor para um jogador é ter conhecimento de que, numa final, há uma câmara dependente dos teus movimentos para serem postos num filme”, acrescenta o jornalista.

Também Eduardo Rodrigálvarez, num artigo de opinião no El Mundo, este domingo, dizia, com indignação, que “nada há mais subversivo face ao espírito romântico e coletivo do futebol do que tirar a camisola do clube que representas e que te paga”. O colunista acusa Ronaldo de não ter celebrado “o golo com o [Real] Madrid nem com o madrilismo, mas sim com os produtores do seu filme” e pergunta mesmo: “Chegará o dia em que um futebolista conceda um canto apenas para que, através do seu erro, apareça em primeiro plano a exibir publicidade enquanto pede desculpa à sua equipa?”

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