“Até 10 de julho, tudo faremos para travar e obstaculizar a aprovação da revisão da legislação laboral, porque queremos impedir que destruam a contratação coletiva”, disse Arménio Carlos aos jornalistas no final da manifestação que ocorreu durante a tarde na baixa lisboeta.

Para o sindicalista, as propostas de lei do Governo que estão no Parlamento, que vão reduzir os prazos de caducidade e de sobrevigência das convenções coletivas, vão destruir a contratação coletiva enquanto garante dos direitos laborais, fator de harmonização social e instrumento de distribuição da riqueza. “A contratação coletiva e a efetivação dos direitos que consagra é um pilar da democracia que tem de ser respeitado e valorizado”, defendeu.

Na intervenção político-sindical que fez no Rossio perante milhares de manifestantes, o sindicalista deixou um recado ao Governo: esta é uma luta que não parou em três anos de governação e que não vai parar. Por isso, Arménio Carlos anunciou “um grande Plenário Nacional” de dirigentes e ativistas sindicais para quarta-feira e uma manifestação nacional para 10 de julho, data de debate do Estado da Nação. A defesa da contratação coletiva, o aumento do salário mínimo para os 515 euros, a melhoria dos salários e pensões, da saúde, da educação e da segurança social e a demissão do Governo são os principais motivos que levaram à marcação de novas ações de luta.

O líder da Intersindical, que criticou a UGT por ter participado num acordo que levou à revisão da regras da contratação coletiva, apelou, no entanto, à unidade de todos os trabalhadores, independentemente de estarem filiados numa ou noutra central, ou em nenhuma delas. “Está nas nossas mãos e na nossa luta a possibilidade de abrir caminho a uma política de esquerda e soberana que assegure ao povo e ao país um futuro de desenvolvimento, progresso e justiça social”, disse aos manifestantes.

Aos jornalistas, Arménio Carlos disse que a “grande manifestação de hoje em Lisboa, tal como a da semana passada no Porto” confirmam que, após 3 anos de governação do PSD/CDS, “o caminho a seguir é o da intensificação da luta”.

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