A investigação da Boston University School of Medicine, publicada na edição de junho da revista científica “Menopause”, estima que os mesmos genes que permitem às mulheres ter filhos naturalmente em idades mais avançadas são os responsáveis por uma maior longevidade, que pode ir até aos 95 anos. Os resultados do estudo da Boston University School of Medicine são consistentes com anteriores descobertas que estabelecem uma relação entre a idade maternal aquando do nascimento do último filho e a longevidade excecional.

O estudo baseou-se na análise dos dados do “Long Life Family Study”, um estudo genético de 551 famílias com vários membros que viveram até idades excecionais, 95 ou mais anos.

Os investigadores determinaram a idade em que cada uma de 462 mulheres tiveram os últimos filhos e até que idade viveram e concluíram que as mulheres que tiveram o último filho depois dos 33 anos tinham o dobro das probabilidades de viver até aos 95 anos ou mais quando comparadas com as que tiveram o último filho aos 29 anos. Das 462 mulheres, 274 tiveram o último filho depois dos 33 anos.

“Pensamos que os genes que permitem às mulheres ter filhos naturalmente numa idade mais avançada são os mesmos que têm um papel muito importante no retardar do envelhecimento e na descida do risco de doenças relacionadas com a idade, como as doenças de coração, acidentes vasculares cerebrais, diabetes e cancro”, explicou Thomas Perls, especialista em geriatria na Boston University Medical Center e principal investigador do estudo, citado pela imprensa norte-americana.

Em Portugal, a idade das mães ao nascimento do primeiro filho tem vindo a aumentar. Segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), em 2001, era-se mãe pela primeira vez aos 26,8 anos e em 2011 a maternidade surge só aos 29,2 anos. As gravidezes após os 35 anos dispararam 47 por cento, na última década, enquanto a maternidade antes dos 20 caiu para metade.

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