Investigadoras da Universidade de Coimbra (UC) estão a aplicar um projeto-piloto, desde há um ano, num jardim-de-infância da periferia da cidade, para “desenvolver a literacia e prevenir o insucesso escolar”. O projeto, que se baseia num “conjunto de atividades guiadas por uma abordagem coeducativa entre pais e educadores”, visa incentivar “boas práticas educativas e de relacionamento” entre a escola e a família, refere uma nota da UC hoje divulgada.
Denominado ‘Vamos Educar Juntos com o Coelhinho Polo’, o projeto-piloto em Portugal “está a ser implementado, há um ano, no jardim-de-infância de Brasfemes”, que faz parte do Agrupamento de Escolas Rainha Santa Isabel, em Eiras, no concelho de Coimbra, adianta a mesma nota.
“Originalmente desenvolvido na Universidade de Mons-Bélgica, pelos professores Jean-Pierre Pourtois e Huguete Desmet, com o título ‘Eduquons ensemble avec Polo le Lapin’, o projeto foi adaptado” para a população portuguesa por uma equipa de investigadoras das faculdades de Psicologia e de Ciências da Educação (FPCE) e de Ciências e Tecnologia (FCT) da UC.
O estudo, que se vai prolongar até ao final do primeiro ciclo do Ensino Básico, envolve 18 crianças, de três e quatro anos de idade, daquele jardim-de-infância e respetivos pais e educadores, além de “um grupo controlo”, sem intervenção, formado por 28 crianças do Jardim-de-infância de Eiras.
“As atividades realizadas até ao momento foram guiadas por 10 fascículos (um por cada mês) contendo propostas de tarefas a realizar na escola e em casa, sob a orientação das educadoras e dos pais”, salienta a UC, adiantando que “foram igualmente realizadas reuniões mensais com os pais e educadoras, para a discussão e reflexão em torno das necessidades da criança e das práticas educativas”.
A figura central do projeto é o ‘Coelhinho Polo’, que circulou entre casa e escola, “levando e recebendo mensagens e tarefas que exploram várias competências das crianças e favorecem as relações entre a escola e a família”, no sentido de “otimizar as aprendizagens” no jardim-de-infância e, “mais especificamente, a aquisição de competências linguísticas”, explica a coordenadora do projeto, Graciete Franco Borges.
Os primeiros resultados deste projeto de investigação-ação vão ser apresentados no ‘International Congress on Education, Innovation and Learning Technologies’, que vai decorrer em Barcelona (Espanha), entre 23 a 25 de julho.
“O balanço deste primeiro ano” de implementação do projeto “foi muito positivo”, tendo contado com “o envolvimento ativo dos pais, das educadoras e das crianças”, sublinha Graciete Franco Borges, que também é professora da FPCE da UC.
O programa, que recorre a metodologias inovadoras, “já foi aplicado em outros países europeus e mostrou bons resultados relativamente ao desenvolvimento da literacia e da cooperação escola-família-comunidade”, afirma a investigadora.