Será a última viagem do Costa Concordia, o cruzeiro que em 2012 naufragou ao largo da ilha italiana de Giglio, após ter embatido violentamente contra um rochedo, provocando 32 mortos e dezenas de feridos entre as mais de quatro mil pessoas a bordo. Começa esta segunda-feira a complexa operação que irá pôr novamente o navio a flutuar, para depois ser rebocado até Génova.
“Se as condições meteorológicas e marítimas assim o permitirem, as operações de reflutuação do navio começaram esta segunda-feira, conforme o previsto”, disse o dono da empresa Costa Cruceros, Michael Thamm, citado pela ABC. A complexa operação durará vários dias e é a última etapa de um projeto “faraónico” destinado a desencalhar, endireitar, reflutuar e desaguar o navio de 114.500 toneladas que, após o seu naufrágio, ficou encalhado e completamente deitado ao largo da ilha italiana. Depois de 20 horas de trabalho, em setembro de 2012 o Concordia foi endireitado e ficou apoiado numa plataforma do tamanho de um campo de futebol que foi fixada e se encontra debaixo de água, a 30 metros de profundidade.
“É uma operação muito complexa”, afirmou o diretor da Proteção Civil italiana, citado pela Lusa. “É um início muito importante, porque através de uma série de operações, a embarcação vai deixar a plataforma que a sustém e flutuar. Teremos assim uma série de respostas aos modelos que nos últimos meses, muitos engenheiros elaboraram, projetaram e modelaram – nesta operação que é seguramente extraordinária e única”, acrescentou Franco Gabrielli.
A operação, que se deverá prolongar até dois dias, terá depois uma fase de estabilização do navio, que durará entre quatro a cinco dias. Depois, com a ajuda de rebocadores, seguir-se-á a partida de Giglio para o porto de Génova, no noroeste de Itália, onde o navio será desmantelado. Está previsto que, durante a sua última viagem, o navio percorra os 370 quilómetros que separam a ilha de Giglio de Génova a uma velocidade de dois nós (3,7 quilómetros por hora).