Cinco anos depois de o Costa Concordia ter naufragado o largo de Itália, aconteceu o inesperado: o comandante Francesco Schettino, condenado a 16 anos de prisão pelo acidente, tornou-se num autor bestseller. Tudo graças ao livro Le vertià sommerse (em português, As verdades submersas), onde relata a sua versão do que aconteceu a 13 de janeiro de 2012.

Publicado originalmente em 2015, a primeira edição italiana de Le vertià sommerse esgotou em menos de um mês. Ao longo de 608 páginas, Francesco Schettino, tenta explicar que o acidente, que ocorreu a 150 metros da costa da ilha de Giglio, em Itália, e que provocou a morte de 32 pessoas, não foi culpa sua.

Desde então, Le vertià sommerse já foi reeditado inúmeras vezes e continua a fazer sucesso nas livrarias. Pietro Graus, editor da Graus Editore, disse ao El Mundo que o livro já vendeu mais de 20 mil exemplares e que está previsto para breve uma edição em espanhol.

A 13 de janeiro de 2012, o Costa Concordia desviou-se da rota e embateu contra uns rochedos ao largo da ilha de Giglio. O acidente foi comunicado uma hora depois por Francesco Schettino, que garantiu à guarda-costeira que o navio ainda flutuava. Schettino apressou-se a abandonar o navio, enquanto o mais de três mil passageiros e mil tripulantes se encontravam ainda no seu interior. Apesar das autoridades portuárias terem ordenado que regressasse que ajudasse a organizar a evacuação do navio, recusou-se a fazê-lo.

A demora na comunicação do embate às autoridades fez com que a evacuação do navio levasse muito mais tempo — mais de seis horas –, o que fez com que muitos passageiros nem conseguissem abandonar o navio. Das mais de quatro mil pessoas que se encontravam no interior do Costa Concordia, 32 morreram. As buscas pelos corpos das vítimas arrastaram-se durante anos. O corpo do último tripulante, o empregado de mesa Russel Rebello, foi encontrado em novembro de 2014.

Em fevereiro de 2015, Francesco Schettino foi condenado a 16 anos de prisão por homicídio (o Ministério Público tinha pedido 26 anos). O comandante ainda recorreu, mas a sentença foi confirmada em segunda instância em maio de 2016.

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