Depois do primeiro buraco misterioso ter aparecido na Sibéria, na região de Yamal, que deixou os cientistas e investigadores da tundra siberiana boquiabertos, foram descobertas duas novas crateras de aspeto semelhante – uma na mesma região do norte russo, outra a centenas de quilómetros de distância, no leste. Já são três os estranhos buracos negros no solo e estão a deixar a comunidade científica curiosa.

Uma das recentes descobertas tem 15 metros de diâmetro, sendo por isso bem mais pequena do que a cratera de cerca de 80 metros que tinha sido descoberta a 16 de julho na mesma península de Yamal. A segunda foi encontrada na península de Taymyr, no leste da região siberiana e terá cerca de 4 metros de diâmetro. De acordo com o The Siberian Times, ambos os buracos foram descobertos por mero acaso, por pastores de renas da região.

A comunidade científica está atenta mas diz que é preciso estudar atentamente cada situação. “Ouvi falar da segunda cratera no Yamal e vi as imagens. Precisamos indubitavelmente de estudar todas estas formações que estão a ocorrer no solo. É necessário que consigamos prever a sua ocorrência”, disse a cientista chefe do Instituto da Criosfera Marina Leibman, citada pelo The Telegraph, acrescentando que “cada nova cratera fornece informação adicional útil para os cientistas”.

Na sequência do aparecimento do primeiro buraco, há duas semanas, os investigadores encontraram um lago de gelo no fundo do fosso e retiraram amostras de terra e gelo para perceberem qual a sua origem e formação.

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A causa mais provável para o aparecimento destas formações é o derretimento de gelo – provocado pelo aquecimento global -, que, misturado com o muito gás e sal existente na região, poderá ter originado uma alta pressão e explodido para a superfície, o que explicaria o facto de as paredes do buraco estarem escurecidas.

Ainda assim, apesar da imponência das imagens, o fenómeno não parece assustar os investigadores. “É um fenómeno interessante”, diz Vladimir Pushkarev, presidente do Centro russo para o Desenvolvimento do Ártico, “e merece que se dê continuidade aos estudos”.

O vídeo da primeira cratera encontrada foi visto por mais de 8 milhões de pessoas desde que foi publicado no YouTube.