Dez anos após o lançamento e 4 mil milhões de milhas depois (6.437.376.000 quilómetros), a nave espacial Rosetta alcançou esta quarta-feira o cometa 67P (Churyumov-Gerasimenko, ou simplesmente C-G para abreviar). Nos últimos meses a nave “acordou” de uma longa hibernação e foi abrandando a sua velocidade até se posicionar a cerca de 96 quilómetros do cometa, o que permitiu capturar as primeiras imagens tridimensionais do gigante de rocha e gelo.

O C-G tem aproximadamente quatro quilómetros de extensão e uma forma bastante irregular que resulta, provavelmente, da junção (por colisão) de dois objetos independentes.

Nos próximos meses a sonda Rosetta manter-se-á em órbita do cometa C-G em volta do sol, a uma velocidade de 55 mil quilómetros por hora. Ao longo de cerca de um ano (tempo total em que a nave se manterá suficientemente próxima) a Rosetta irá estudar em detalhe a composição do cometa (que é basicamente uma estrutura feita de água, rocha e pó).

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A nave irá lançar uma sonda mais pequena chamada Philae, que irá aterrar na superfície e, através da comunicação com a nave Rosetta, transmitir para a Terra a informação obtida: imagens e dados da análise da composição química e geológica do C-G, obtidas por um total de dez instrumentos.

É a primeira vez que um objeto feito pelo homem aterra de forma controlada num cometa, estrutura do princípio do Universo que contém dados fundamentais para a compreensão da formação do sistema solar. Em 2005 a NASA conseguiu fazer colidir uma sonda com o cometa Stardust e analisar as projeções do impacto, mas esta missão permite monitorizar o comportamento de um cometa nas diferentes fases de aproximação ao Sol, o que acontecerá de forma progressiva ao longo de um ano.