Os Camarões encerraram as fronteiras com a vizinha Nigéria para prevenir a propagação do surto hemorrágico de Ébola, anunciou esta segunda-feira o ministro das Comunicações e porta-voz do executivo camaronês. “Todas as fronteiras (aéreas, terrestres e marítimas) dos Camarões com a Nigéria estão fechadas. Acreditamos que é preferível prevenir que curar”, disse Issa Tchiroma Bakary à agência noticiosa francesa AFP. A decisão visou proteger a população dos riscos de contágio, acrescentou o governante. “A medida vigorará durante o período de incubação” da doença, ou seja durante 40 dias, disse ainda. Caso nenhum novo caso seja registado na Nigéria, as fronteiras serão reabertas.

“O governo decidiu ainda restringir a circulação de pessoas para os países infetados”, adiantou o governante camaronês. Nenhum caso de Ébola foi até agora assinalado nos Camarões, país que partilha cerca de 2 mil quilómetros de fronteira com a Nigéria. Segundo o último balanço da Organização Mundial da Saúde (OMS), o Ébola causou, em cinco meses, 1.145 mortos, em maior número da Libéria (413), seguido de Guiné-Conacri (380), Serra Leoa (348) e Nigéria (4).

No dia 8, a OMS declarou a epidemia de Ébola uma “emergência de saúde pública com alcance internacional” e recomendou a adoção de medidas excecionais para deter a propagação do vírus. Uma série de países da África Ocidental já declararam também o estado de emergência e várias fronteiras foram encerradas. Não existe tratamento nem vacina, cenário que faz do Ébola um dos mais mortais e contagiosos vírus para os seres humanos.

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