Eram os últimos 400 metros. Até ali, as coisas não corriam bem às francesas. Uma, duas e três correrias depois, estavam no quarto lugar. E longe, a uns bons vinte metros do trio de mulheres que, taco-a-taco, lideravam a final da prova feminina dos 4x400m, nos Europeus de Atletismo. Mas a ucraniana, a britânica e a russa tiveram uma surpresa. Ou melhor, um azar.

Porquê? A última mulher a carregar o bastão francês chama-se Floria Guei. E correu até mais não. Mas só nos últimos 30 metros, mais coisa menos coisa. Sim, porque quando a corrida dobrou a última curva da prova, Guei ainda estava longe. E só se aproximou quando todos (até os comentadores gauleses) vaticinavam que a final seria decidida entre as atletas russa e ucraniana.

Até que Floria decidiu acelerar. Do nada, Guei carregou no pedal. E, de repente, parecia que as três altletas que tinha à sua frente inflacionaram cada perna com mais 10 quilos de peso. A francesa começou a sprintar e, num ápice, ultrapassou as adversárias e venceu a final. Assim mesmo, escrito no singular. Pois, antes de arrancar, as três francesas que a antecederam deixaram-lhe uma desvantagem que não deixava espaço a otimismo. Essas três mulheres chamavam-se Marie Gayot, Agnès Raharolahy e Muriel Hurtis. Vale a pena referi-las: são elas que devem um merci (ou vários) a Floria Guei.

“C’est super!”

Especialista nos 400 metros, Floria Guei viu-se obrigada a recuperar a má posição em que a equipa francesa estava quando recebeu o testemunho, mas diz que acreditou “durante todo o percurso” que a vitória seria possível. “Eu nem pensei. Apenas tentei chegar ao terceiro lugar”, disse a atleta, que, à entrada dos últimos 400 metros, estava na quarta posição. Para vencer, Guei usou a estratégia que, diz, é a que costuma utilizar nas suas corridas individuais: entrar bem na última curva da pista e atacar a partir daí. “Depois, na reta final, vi que as outras tinham abrandado um pouco”, relatou ao L’Équipe. “E funcionou! C’est super!

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