A Polícia Judiciária de Macau deteve cinco ativistas civis que, este domingo, estavam a promover um referendo naquela região semi-autónoma da China, contra a vontade do regime, que afirma que Macau não tem capacidade jurídica para realizar plebiscitos.

O referendo, que decorre até 31 de agosto através da internet, visa a reforma do sistema eleitoral macaense, nomeadamente no que diz respeito à instituição do sufrágio universal nas eleições do executivo local, em 2019. Pouco depois de o período de votação se ter iniciado, a polícia deteve os cinco voluntários e confiscou-lhes os tablets que estavam a fornecer a quem queria votar. Oficialmente, todos foram considerados suspeitos do “crime de desobediência qualificada”, informa o jornal local Ponto Final.

Entre os detidos estava Jason Chao, líder do grupo Macau Sociedade Aberta, que, em conjunto com outras organizações, tem promovido manifestações a favor de uma reforma democrática na região. O executivo local é atualmente eleito por um colégio de 400 pessoas, a maioria das quais leais ao regime de Pequim. No próximo domingo, data do fim do referendo – que já teve mais de 5.700 votos -, o atual líder governamental Fernando Chui deverá ser reconduzido no cargo.

O motivo alegado pela polícia para a detenção dos ativistas foi a utilização “ilegítima” de dados pessoais dos votantes, de que os organizadores da consulta foram avisados antes do início do processo. “Pedimos autorização [aos eleitores] antes de nos darem os seus bilhetes de identidade. Não há motivo para que a polícia intervenha e detenha os nossos responsáveis”, justificou Bill Chou, vice-presidente do Grupo Nova Macau, à Reuters.

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