A Direção-Geral do Património Cultural (DGPC) já deu início aos últimos procedimentos necessários à conclusão do novo Museu dos Coches, na zona de Belém, em Lisboa, com o lançamento de dois concursos relativos àquele equipamento, cujas obras principais se encontram terminadas desde 2012. Uma fonte da DGPC apontou ao Observador o verão de 2015 como data prevista de abertura do novo museu.

A DGPC lançou a 29 de setembro o concurso público para a construção de uma ponte pedonal que ligará o futuro museu à zona da estação fluvial de Belém, onde existe também um quiosque que deverá sofrer obras de melhoramento. Esta ponte, uma estrutura em ferro que já está começada, vai permitir o acesso direto dos passageiros que atravessam o rio de barco ao Museu dos Coches, mas também facilitar a circulação entre esse equipamento e o Museu da Eletricidade e o futuro Centro de Artes da EDP, atualmente em construção.

A nova passagem superior de peões vai substituir a que já existe no local e que apenas permite a circulação por cima da linha férrea de Cascais. O prazo limite para a entrega de propostas é a sexta-feira da próxima semana (24 de outubro) e o preço base é de 1,575 milhões de euros. A partir do momento da adjudicação do contrato, a entidade que ganhar o concurso terá 300 dias para concluir a construção da ponte.

A 6 de outubro, o organismo estatal responsável pela gestão do património cultural e museológico nacional lançou um outro concurso, este limitado por prévia qualificação, para fornecimento e instalação de equipamento expositivo para o futuro museu, onde já se encontram quatro coches da exposição permanente e peças da reserva. Este concurso tem o valor de 1,3 milhões de euros.

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O novo Museu dos Coches foi adjudicado durante o Governo de José Sócrates, quando Isabel Pires de Lima era ministra da Cultura, em 2006. Na altura, a abertura do museu chegou a estar prevista para o fim de 2007, mas até hoje se mantém fechado. O complexo, que ocupa quase 16 mil metros quadrados que anteriormente pertenciam às Oficinas Gerais do Exército, é composto por dois edifícios: num deles situar-se-á a exposição e no outro, um anexo, ficarão os serviços paralelos (bilheteira, loja, restaurante, auditório, entre outros). O projeto é da autoria de Paulo Mendes da Rocha em consórcio com os ateliers MMBB Arquitetos, do Brasil, e Bak Gordon Arquitetos e Nuno Sampaio Arquitetos, de Portugal.

Mesmo fechado, o Museu dos Coches custa anualmente 200 a 300 mil euros ao erário público, segundo as contas do secretário de Estado da Cultura, Barreto Xavier, que chegou mesmo a dizer que a construção do espaço museológico, paga pelas contrapartidas do Casino Lisboa, tinha sido “um erro”. Apesar disso, o secretário de Estado afirmou que não iria “deixar que aquele edifício [ficasse] em situação de não utilização”.

Quando abrir, os seus custos ascenderão a três milhões de euros por ano. O atual museu é um dos mais visitados de Portugal, com receitas de 500 mil euros cada ano.