Os representantes dos 20 países que constituem o CERN, incluindo Portugal, escolheram esta terça-feira Fabiola Gianotti, 52 anos, como diretora-geral do CERN a partir de 2016. A investigadora italiana, que liderou a descoberta do Bosão de Higgs em 2012, será a primeira mulher a estar à frente deste centro de ciência europeu.
A decisão do Conselho do CERN (Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear), onde todos os membros têm assento e voto, terá sido unânime, segundo adianta o site da instituição. “Foi a visão de Fabiola Gianotti para o futuro do CERN como laboratório líder no campo dos aceleradores de partículas, assim como o seu conhecimento sobre este centro de investigação e a sua especialização na física experimental das partículas que nos levou a tomar esta decisão”, disse Agnieszka Zalewska, presidente do Conselho do CERN.
“O CERN é um centro de excelência e uma fonte de orgulho e inspiração para físicos de todo o mundo, um berço para a tecnologia e inovação e um exemplo concreto de cooperação científica e de paz”, disse Fabiola Gianotti depois de ser escolhida.
Entre 2009 e 2013, Fabiola Gianotti liderou o projeto ATLAS que decorreu no Grande Colisionador de Hadrões (ou LHC, sigla em inglês) existente no CERN. Esta parte da investigação foi essencial para a descoberta do Bosão de Higgs, que em 2013 deu o prémio Nobel da Física a François Englert e Peter Higgs, que nos anos 60 previram a existência da chamada partícula de Deus.
Para além da sua carreira na investigação, Gianotti é pianista e chegou mesmo a pensar seguir uma carreira na música. O LHC está a ser renovado e na primavera do próximo ano voltará a entrar em funções com o dobro da potência, esperando-se que nessa altura possa recomeçar a investigação em temas como matéria negra e energia negra.