A Câmara de Sintra informou nesta sexta-feira que a maioria dos residentes dos três prédios afetados pela derrocada parcial de um muro pode regressar às habitações e apenas uma pessoa precisa de apoio da autarquia. Em comunicado, a autarquia referiu que, após uma vistoria realizada hoje aos três edifícios no Cacém, concluiu-se que os prédios “não foram afetados na sua estrutura”.

Na quinta-feira foram evacuados por precaução os números 12 e 10 e parte do n.º 8 da Rua de São Tomé e Príncipe, no Cacém, quando o muro ameaçava ruir, o que acabou por acontecer já depois da meia-noite, contaram à Lusa moradores na zona.

Na sequência da vistoria hoje realizada, podem regressar a casa quase todas as 22 famílias desalojadas, com exceção das que habitam no rés-do-chão e no 1.º andar do n.º 12 e no rés-do-chão e cave do n.º 10, acrescentou o comunicado. “No mais curto período de tempo vão iniciar-se os trabalhos de limpeza do local, seguindo-se o estudo das obras de estrutura a efetuar no muro de suporte, respetiva calendarização e cálculo do custo da intervenção”, concluiu a autarquia.

Em agosto de 2011, a Câmara de Sintra notificou o condomínio para o risco de derrocada do muro, mas os moradores responderam à autarquia que “a responsabilidade pela reparação era do proprietário do terreno”.

Uma fonte oficial do município revelou à agência Lusa que, dos apartamentos que vão continuar vedados, apenas “uma pessoa vai continuar a precisar de apoio” de realojamento do município. “As pedras partiram a parede e a marquise, na zona da cozinha”, descreveu hoje de manhã Maria Amália, residente no primeiro andar do n.º 12, o edifício mais afetado pela derrocada do muro e de terras do terreno situado atrás dos prédios.

Maria Amália explicou que, em agosto de 2011, a Câmara de Sintra notificou o condomínio para o risco de derrocada do muro, mas os moradores responderam à autarquia que “a responsabilidade pela reparação era do proprietário do terreno”. “Os proprietários já tinham sido notificados em 2011 de que o muro estava a necessitar de reparação e a verdade é que não foi feito nada”, confirmou o presidente da autarquia, Basílio Horta (PS), reconhecendo que “as obras vão ser muito complexas”. O autarca admitiu que, numa situação de emergência, a câmara avançará com obras, “mas depois têm de ser pagas pelo proprietário privado”.

Os moradores deram conta de uma primeira derrocada pelas 20h15, mas, após a meia-noite, quando os residentes já tinham sido retirados, ocorreu uma segunda queda de pedras e terras. Das 22 famílias, oito foram realojadas com o apoio da Câmara de Sintra e da Segurança Social, anunciou a Proteção Civil municipal. A autarquia contabilizou inicialmente a necessidade de realojar 20 pessoas, mas apenas acabaram por ser encaminhadas 14 para o Centro de Emergência da Idanha, em Belas.

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