Sofrer para bela parecer. Há vários ditados enraizados no quotidiano de uma mulher, mas este é, porventura, um dos mais usados. E qual a associação imediata? Sapatos, esse acessório de moda que tanto cativa corações como desregula carteiras e, volta e meia, dá cabo dos pés. À estética da coisa junta-se alguma cultura e muita histórica. A nova exposição no museu londrino V&A — Shoes: Pleasure And Pain (“Sapatos: Prazer e Dor”, em português) — é prova disso mesmo. De 13 de junho de 2015 a 31 de janeiro de 2016 é possível pôr o olho (e não o pé) em 200 pares de calçado extremo provenientes de vários pontos do globo.
The V&A announces its new exhibition: Shoes: Pleasure and Pain – due to open next June: http://t.co/NAWvi9afFW pic.twitter.com/omjnVsnsJt
— Indy Fashion (@IndyFashion) September 5, 2014
“Esta exposição vai ter em conta o significado cultural e a capacidade de transformação dos sapatos, bem como examinar os últimos desenvolvimentos na tecnologia do calçado, que criam a possibilidade de saltos cada vez mais altos e de formas dramáticas”, segundo explicou a equipa do V&A, citada pela Marie Claire. À parte do calçado que um dia pertenceu a personalidades de renome (como Marilyn Monroe) e a colecionadores, há lugar para exemplos históricos, muitos dos quais nunca viram a luz do dia.
Apesar de os saltos altos suscitarem a ideia de modernidade, eles fazem parte de uma histórica que recua 2.000 anos no tempo, assegura o Guardian. E ainda que não estejam particularmente na moda em 2014 — com o ano a dedicar-se a propostas mais práticas no que à altura diz respeito –, a exibição permite conhecer de perto vários itens. Desde sandálias decoradas a folha de ouro e que remontam ao antigo Egito a tendências que já arrombaram o mercado do calçado, passando ainda por designs de assinatura (Manolo Blahnik, Roger Vivier, Jimmy Choo e Christian Louboutin).
A exibição vai explorar também como mulheres, e alguns homens, usaram (e usam) modelos extravagantes com o intuito de alcançar um determinado visual. “Os sapatos são um dos aspetos mais reveladores da forma como nos vestirmos”, garante a curadora Helen Persson. “A nossa escolha de sapatos consegue ajudar a projetar uma imagem de quem queremos ser”.
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Os diferentes sapatos existentes vão permitir a criação de uma estrutura assente em galerias temáticas. Em “Status”, de estatuto, os sapatos são considerados símbolos de poder, enquanto em “Seduction” (sedução, em português) são vistos como objetos de desejo sexual. Há ainda calçado associado a episódios da história mais e menos recente, como daquela vez em que a modelo Naomi Campbell caiu (de uma larga altura) no desfile de Vivienne Westwood, em 1993.
O sapato “para a vida” faz 10 anos
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— Julia. (@Juliiaa04) November 25, 2014
O modelo “Pigalle” de Christian Louboutin completa dez anos nesta temporada de outono-inverno. O sapato de ponta bicuda e salto bem alto recebeu o nome do bairro parisiense de eleição do estilista que lhe deu vida, além da mítica sola encarnada. Uma coisa é certa, os pumps tornaram-se numa das peças mais icónicas e desejadas no guarda-roupa de qualquer mulher, garante o El Mundo. Foi o próprio Louboutin que o criou sem data de validade, ao constatar que os Pigalle não são um modelo de temporada, mas sim uma companhia para a vida, podendo ser calçados tanto no inverno como no verão.
Conheça algumas das estrelas que já usaram o modelo Pigalle.