A TAP precisará, no mínimo, de um reforço de capitais de 300 milhões de euros no quadro da privatização. A estimativa foi avançada esta terça-feira pelo secretário de Estado dos Transportes, segundo o qual o montante de recapitalização ideal deveria ser superior a 300 milhões de euros para permitir à transportadora comprar aviões. Este valor será investido através de um aumento de capital da TAP, tal como estava previsto em 2012, o que resultará num encaixe residual para o Estado.

Em 2012, a proposta do dono da Avianca previa um aumento de capital de 316 milhões de euros na TAP que tinha como principal objetivo sanear os capitais próprios negativos da TAP que entretanto melhoraram graças aos resultados positivos da operação,

Em declarações aos jornalistas, Sérgio Monteiro voltou a defender uma recapitalização privada da TAP, salientando que a injeção de capitais públicos, embora possível, tem custos. O governo não chegou a discutir um cenário de recapitalização pública com a Comissão Europeia porque isso implicaria “despedimentos” e a “reestruturação” da companhia, realçou, lembrando o que aconteceu à companhia italiana Alitalia.

“Este é um cenário que o governo recusa”, porque o objetivo, adiantou, é o de que a TAP cresça, aumente a operação, o que poderá criar mais emprego. E foi com esse objetivo, realçou, que o governo e os sindicatos entraram num processo negocial. “Queremos uma TAP mais forte”. Nesta terça-feira realizou-se a primeira reunião com os nove sindicatos que cancelaram a greve e ficou definido um calendário dos próximos encontros.

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Um dos principais temas em discussão é a proibição de despedimentos coletivos e lay-offs durante os anos que se seguirem à privatização. O secretário de Estado frisa que a política do governo tem sido a de privilegiar as reduções de pessoal por acordo. O despedimento coletivo é sempre o último cenário e essa orientação deverá ficar inscrita no caderno de encargos da privatização.

A intenção é a de que o documento seja aprovado em Conselho de Ministros a 15 de janeiro. Outra disposição prevista, à semelhança do que aconteceu no processo de 2012, é a manutenção da sede da TAP em Portugal por, pelo menos, dez anos após a privatização. O governo avançará em 2015 com a venda de 66% do capital da TAP. O Estado ficará com uma opção de venda dos restantes 34% ao acionista privado que terá de concretizar no prazo máximo de dois anos.

No encontro com jornalistas que teve como pretexto o balanço dos quatro dias de greve na companhia, que acabaram por não ter efeitos graças à requisição civil e à desconvocação do protesto por 9 dos 12 sindicatos, Sérgio Monteiro assinalou que foi possível recuperar uma grande parte das reservas perdidas, tendo viajado nesses dias 112 mil passageiros. Ainda assim, a TAP perdeu 6,5 milhões de euros em receitas com as reservas perdidas.