A Câmara de Comércio e Indústria Portuguesa distinguiu o embaixador de Portugal na Alemanha, Luís de Almeida Sampaio, como o melhor diplomata económico do país em 2014, promovendo eventos que reuniram mais de 155 mil participantes em diversas áreas da economia portuguesa. O embaixador receberá um prémio de 25 mil euros que se destina a ações de internacionalização das empresas portuguesas na Alemanha.

Em 2012, Paulo Portas, então como ministro dos Negócios Estrangeiros e chefe da diplomacia, disse que os embaixadores portugueses passariam a ter um papel mais ativo na promoção da economia do país. Já como vice-primeiro-ministro, Paulo Portas inscreveu mesmo no guião da reforma do Estado uma medida que visava “preparar e formar os diplomatas portugueses, acentuando a componente económica e empresarial”.

Uma deixa aproveitada pela Câmara de Comércio e Indústria Portuguesa (CCIP), uma associação empresarial que tem como missão apoiar as empresas no seu crescimento e na internacionalização da economia nacional, que desde 2013 promove um prémio para distinguir o melhor embaixador económico do ano. O diplomata escolhido em 2014 e anunciado esta sexta-feira é Luís de Almeida Sampaio, embaixador de Portugal na Alemanha. O diplomata português tem 57 anos, é formado em Direito e entrou para o corpo diplomático em 1983. Em 2004 tornou-se embaixador de Portugal na Argélia e em 2008 foi embaixador na Sérvia. Começou a sua missão diplomática na Alemanha em 2012.

Ao Observador, Bruno Bobone, presidente da CCIP e parte do júri que escolheu Almeida Sampaio para este prémio, refere que o embaixador levou a cabo vários projetos e foi referenciado por “11 empresas alemãs e portuguesas”. “Ficámos com a perspetiva que a economia portuguesa foi relançada e tratada de forma extraordinária na Alemanha”, afirma Bobone, argumentado que o embaixador realizou 39 eventos no âmbito económico que reuniram um total de 155 mil participantes.

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O prémio é atribuído por um júri constituído por diplomatas e membros da CCIP. Este júri não só analisa casos de empresas portuguesas que se tenham conseguido internacionalizar em determinado país devido à ajuda do embaixador português, mas também investimento desse país em Portugal. O prémio tem o valor de 25 mil euros e é atribuído não ao embaixador em si, mas à própria embaixada de modo a que o diplomata continue a promover a economia portuguesa.

Um prémio para as embaixadas e para a economia portuguesa

O primeiro vencedor foi o embaixador Francisco Ribeiro Telles, embaixador de Portugal no Brasil que aplicou o dinheiro do prémio no desenvolvimento de um projeto de colaboração com o Centro para a Excelência e Inovação na Indústria Automóvel (CEiiA), para divulgar a mobilidade elétrica no mercado brasileiro.

Assim, a embaixada portuguesa em Brasília dispõe de um carro elétrico e uma estação de carregamento sendo o veículo integrado na frota da representação portuguesa, circulando em serviço oficial. Este protocolo tem a duração de dois anos.

Bruno Bobone diz que este prémio é um dos poucos casos em que a sociedade civil premeia o Estado. “Por um lado há o reconhecimento pessoal no premiado, mas por outro, há o desafio do valor pecuniário de 25 mil euros para um próximo projeto, de modo a que o embaixador possa continuar o seu trabalho de promoção do país”, refere.

O presidente da CCIP diz ainda que o prémio está a receber cada vez mais candidaturas, não só das próprias embaixadas, mas também de empresas que receberam a ajuda das representações portuguesas em todo o mundo, o que mostra “o entusiasmo da diplomacia portuguesa”.