O Ministério do Ambiente garantiu hoje estar a acompanhar as suspeitas de poluição no rio Tâmega, no lado espanhol, e referiu que as campanhas de monitorização regulares não revelaram valores acima do limite.
O Núcleo Regional de Vila Real e Viseu da Quercus disse ter sido contactado por moradores de Chaves, distrito de Vila Real, que se mostraram preocupados com as notícias que dão conta de uma alegada contaminação por metais pesados do rio Tâmega, em Espanha.
A associação considerou que esta poluição poderá causar risco sanitário não só para a povoação de Laza (povoação mais próxima do local de contaminação), mas para toda a bacia do Tâmega, designadamente para a localidade de Vila Verde da Raia onde existe um açude que distribui água através de um sistema de rega para esta região.
O Ministério do Ambiente, Ordenamento do Território e Energia (MAOTE), por intermédio do gabinete do secretário de Estado do Ambiente, afirmou hoje à agência Lusa que está a “acompanhar o assunto através das suas instituições, no sentido de garantir a segurança e a proteção dos recursos hídricos”.
Esclareceu ainda que Agência Portuguesa do Ambiente, através da Administração da Região Hidrográfica do Norte (APA/ARH do Norte), está a monitorizar a situação no Tâmega, encontrando-se em permanente contacto com a Confederación Hidrográfica del Duero (CH Duero), entidade responsável pela gestão das massas de água na bacia em território espanhol, no sentido de articular e trocar informação sobre a qualidade da água.
Admite-se, segundo a fonte, que a causa da turvação da água possa estar relacionada com a construção da linha de alta velocidade (AVE) Madrid-Galiza, mais especificamente a construção de vários túneis, com pontos de descarga em diversos afluentes e tributários do Tâmega.
O MAOTE acrescentou que os resultados das campanhas regulares de monitorização realizadas pela CH Duero, “não revelam a existência de quaisquer valores acima dos limites estabelecidos” neste rio.
Em Portugal, as monitorizações feitas pela APA “não revelaram na estação de açude Vila Verde de Raia, desde 2003 e até ao presente, valores de arsénio e de chumbo preocupantes”.
Aliás, segundo o ministério, “a totalidade dos valores disponíveis para estes dois parâmetros, tanto na estação de açude de Vila Verde de Raia, como nas restantes estações de monitorização operadas na bacia do Tâmega, cumpre os limites legais estabelecidos”.
Por fim, o MAOTE afirmou que “continuará a acompanhar este caso” e anunciou que a APA/ARH do Norte “tem já prevista uma nova campanha de monitorização na bacia do Tâmega, de modo a avaliar a evolução da situação”.