Foi aprovada uma moção de censura a Ana Jara, a primeira-ministra peruana, por não ter controlo sob a DINI, a agência de inteligência (as secretas) do Peru. Autoridades do Congresso alegaram que a agência de informação tem vindo a juntar nos últimos anos informações de uma lista de figuras relevantes do panorama político e económico, o que irritou muitos políticos da oposição.

Apesar de Jara negar ter usado qualquer informação da lista da DINI ou ter dado qualquer ordem de vigilância, 72 deputados votaram pela sua saída do cargo. Outros 42 votaram contra a medida e dois abstiveram-se.

São muitos os que defendem que a destituição de Ana Jara é uma jogada política contra o Presidente da Républica peruano, Ollanta Humala. Um recente sondagem da IPSOS revela que a popularidade de Humala tem vindo a diminuir, e já caiu 25%. Em quatro anos de presidência, Jara é o sexto primeiro-ministro do Presidente Humala.

“A mensagem da censura do Congresso toca diretamente o Presidente da República, tirando-lhe um dos seus melhores quadros e abrindo uma situação inédita. No Peru já não se censurava o Gabinete desde antes da ditadura militar de 1963”, comentou o sociólogo Fernando Tuesta num programa de televisão de Lima, de acordo com o El País internacional.

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Ana Jara já se manifestou via Twitter afirmando que agradece a “Jesus por lhe ter dado a oportunidade de servir o país” e que é uma honra que “este Congresso” a censure. Além disso, Jara revela que conta com o apoio do prémio Nobel da Literatura, Mario Vargas Llosa.

 

 

O Presidente Humala tem algumas horas para nomear um novo primeiro-ministro, podendo manter o restante Gabinete.