A Cinemateca Portuguesa — Museu do Cinema homenageia esta segunda-feira o realizador Manoel de Oliveira, falecido na passada quinta-feira, no Porto, aos 106 anos. Ao longo do dia serão apresentados os filmes do cineasta “O Passado e o Presente”, “O Quinto Império – Ontem como Hoje” e “Francisca”.
O primeiro, realizado em 1971, a partir de um romance de Vicente Sanches, será exibido a partir das 15:30 – Segundo a Cinemateca, é “um dos mais discutidos filmes de Oliveira e um dos seus trabalhos mais próximos do humor feroz de Luis Buñuel”.
Segue-se, às 19h, “O Quinto Império — Ontem como Hoje”, de 2004, baseado na peça de José Régio “El Rei Sebastião”, à volta “da mítica personagem do encoberto”. A Cinemateca lembra que Oliveira considerava este o seu “filme mais esperançoso”.
A jornada encerra com a obra inspirada no romance “Fanny Owen”, de Agustina Bessa-Luís, protagonizada por Teresa Menezes e Diogo Dória, dirigida em 1981, após “Amor de Perdição”. É “um filme de espelhos e reflexos”, “uma das obras máximas de Oliveira”, escreve a Cinemateca Portuguesa, na apresentação do filme. A exibição de “Francisca” está marcada para as 21h30, e a Associação Portuguesa de Realizadores associa-se a esta sessão especial de homenagem.
Em data a anunciar, a Cinemateca irá exibir o filme de Manoel de Oliveira “Visita ou memórias e confissões”, dirigido em 1982. A obra, depositada pelo realizador na Cinemateca Portuguesa, com a indicação explícita de apenas ser apresentado após a sua morte, só foi visto num círculo restrito, a convite do cineasta, mantendo-se inédita para o público em geral.
A direção da Cinemateca, em declarações à agência Lusa, na passada quinta-feira, disse que esta obra será exibida em Lisboa e no Porto, dentro das “próximas semanas”, em concordância com a família.