O deputado do Partido Comunista Português (PCP) Jorge Machado criticou o comportamento “muito pouco exemplar” do Estado em relação à Fundação de Serralves, no Porto, e disse temer pela missão de democratização da Cultura da instituição.

O deputado comunista, que falou à agência Lusa na sequência de uma reunião com a administração da Fundação de Serralves, realçou a importância desta como “absolutamente incontornável” no acesso à Cultura no distrito e no país.

“Por outro lado, o fundador Estado tem tido um comportamento muito pouco exemplar relativamente à fundação e até, com sucessivos cortes orçamentais, de pôr travão àquilo que seria a progressão natural da fundação e permitir o crescimento daquilo que são as potencialidades que a fundação tem”, afirmou Jorge Machado, que acrescentou que os dados hoje recolhidos vão ser usados no âmbito do trabalho parlamentar e também no contexto da discussão sobre o próximo Orçamento do Estado.

De acordo com as informações recolhidas junto de Serralves, a instituição teve 485 mil visitas no ano passado, 104 mil das quais estrangeiras.

Sobre os cortes de 30% impostos a Serralves desde 2012, Jorge Machado conclui que, passados estes anos, trata-se de “um dos orçamentos [que ficou] sem ser transferido”.

“A fundação tem um papel fundamental na democratização do acesso à cultura. Na perspetiva em que o Estado reduz o financiamento na fundação deixa o peso dos privados ser maior”, afirmou ainda o deputado.

Sobre a possibilidade de efetuarem encontros semelhantes noutras instituições da cidade, em particular na Casa da Música, cuja fundação sofreu cortes semelhantes a Serralves, Jorge Machado disse estarem a aguardar o final do processo de alteração do Conselho de Administração antes de encetar qualquer diálogo.

 

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