Os venezuelanos e os estrangeiros radicados na Venezuela passaram a estar impedidos de comprar um mesmo produto, de uma listagem de 14 artigos básicos, mais que uma vez por semana, tanto nas redes estatais como nas privadas de supermercados.

A aplicação da limitação faz parte da entrada em funcionamento, segunda-feira, de um sistema de controlo biométrico dos consumidores, que passaram a estar obrigados a apresentar um documento de identificação e a colocar o dedo indicador num leitor de impressões digitais.

Com o novo sistema, os clientes passaram a poder comprar óleo vegetal, açúcar, arroz, ervilhas, lentilhas, frango, carne, massa, café, farinha de milho, leite, atum, sardinhas, feijão preto e margarina apenas uma vez por semana e segundo o último número do documento de identificação.

A medida foi ordenada pela Superintendência de Preços Justos e está a ser implementada também pelas redes de supermercados de portugueses, entre elas a Central Madeirense, Unicasa, Excelsior Gama e Luz.

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Na porta das diferentes sucursais é visível comunicados da administração explicando a medida e advertindo, como no caso dos supermercados Luz, que quem fizer uma compra entre a segunda e sexta-feira se tentar comprar novamente no dia sábado ou domingo a venda “será invalidada” pelo sistema.

Na Venezuela são cada vez mais frequentes as queixas dos residentes perante as dificuldades para conseguir produtos como o leite, óleo, café, açúcar, margarina, papel higiénico, lâminas de barba, champô, sabonetes, preservativos, entre outros.

As autoridades insistem que muitos dos produtos vão parar a mãos de “bachaqueros”, vendedores informais que conseguem adquirir grandes quantidades e comercializar a preços superiores aos fixados pelo Executivo.

Alguns produtos considerados “não básicos” ou “não prioritários” registam também falta de abastecimento, entre eles os dos setores de acessórios para automóveis, papel e tecidos.

Diariamente os supermercados registam grandes filas de clientes à procura de produtos que muitas vezes são comprados na totalidade sem chegarem a ser colocados nas prateleiras.

Alguns cidadãos recorrem frequentemente a aplicações de telefones inteligentes para saber onde chegam os produtos escassos e para avisar os amigos da sua existência em determinado sítio.

Para conseguir os produtos os venezuelanos devem dispensar várias horas diárias nas filas de diferentes estabelecimentos comerciais.