Os óculos holográficos da Microsoft poderão vir a ser um produto comercial muito em breve. Segundo o site MIT Technology Review, a multinacional está a fazer rápidos progressos com os HoloLens, o wearable que permite visualizar objetos virtuais a três dimensões no espaço real.
Não foram anunciadas datas, embora a Microsoft pretenda lançar o dispositivo “no período de tempo do Windows 10” (seja lá quando isso for). A conferência Build 2015 — que decorreu em São Francisco (EUA) entre 29 de abril e 1 de maio — foi palco de algumas demonstrações das funcionalidades dos óculos HoloLens.
Paulo Bastos, jornalista da TVI, foi um dos dois portugueses que puderam testar esta nova tecnologia. Momentos depois da experiência, o jornalista publicou um vídeo no Facebook onde explicava detalhadamente e “sem reflexão” o que são, afinal, os HoloLens da Microsoft.
Hey! Acabo de experimentar o HoloLens da Microsoft... e é tudo verdade. Sou um dos dois primeiros portugueses a ter o...
Posted by Paulo Bastos on Thursday, April 30, 2015
“É tudo verdade”, começa Paulo Bastos por dizer no vídeo, com “os olhos completamente abertos” e ainda “sob os efeitos da experiência”. A imagem “é suave” e o efeito “é imediato”, acrescenta. O jornalista conta também como os HoloLens são diferentes da realidade virtual, “porque não há uma imersão completa”.
Por um lado, os hologramas são bem detalhados e sem píxeis visíveis, além de que a imagem não apresenta qualquer latência, mesmo quando se executam movimentos bruscos com a cabeça. Mas, por outro lado, o campo de visão é “extremamente limitado” — embora Paulo Bastos refira que essa limitação possa estar relacionada com uma má “afinação” do aparelho.
A Microsoft também não ignora as questões relacionadas com a compatibilidade das aplicações. Segundo o site The Verge, a empresa está focada no desenvolvimento de apps com compatibilidade transversal a todos os tipos de aparelhos que vão correr o novo sistema operativo Windows 10. “Estamos a falar de uma plataforma, uma única app, um único ficheiro binário que pode ser executado em todos os dispositivos”, grupo onde se incluem os HoloLens.
Num outro artigo publicado no mesmo site — e intitulado “As aplicações do Windows 10 nos HoloLens parecem fantásticas e completamente ridículas” — Ross Miller descreve o que viu na conferência Build 2015:
Há aplicações a correr nas paredes. Um cão em holograma no chão. Há hologramas em todo o lado. Parece um espaço pessoal que se pode personalizar. É literalmente uma praia com as informações da meteorologia em cima da mesa do café. Até há um menu Iniciar em holograma! — Ross Miller, The Verge
Miller também cita Alex Kipman, designer dos HoloLens: “Tudo o que viram aqui hoje [na conferência Build] são apps universais. Com os hologramas, tu tens uma nova tela. As tuas aplicações ganham vida.”
Mas para que servem os HoloLens?
Além de representarem um avanço nas tecnologias de computação, os HoloLens desdobram-se numa série de possibilidades em áreas tão distintas como a educação, o design, a arquitetura ou até mesmo os jogos de vídeo. São muito diferentes do Google Glass — os óculos da Google — mas com um igual poder de revolucionar a forma como “vemos” e lidamos com a tecnologia.
Ao que tudo indica, os HoloLens são um projeto para ser levado a sério e a Microsoft parece estar a dar tudo por tudo para nos fazer acreditar nisso. E enquanto esperamos, nada melhor do que saciar a curiosidade com as demonstrações em vídeo já existentes na Internet.
(Editado por Diogo Queiroz de Andrade)