Há 35 anos, antes de “Legend of Zelda”, “Street Fighter II” e “Mortal Kombat” se tornarem sucessos de público e vendas, antes mesmo do “Super Mario”, “Sonic” ou até do “Tetris” terem ajudado a popularizar os videojogos no final da década de 1980 e nos anos 1990, uma boca amarela insaciável fugia de quatro fantasmas em labirintos de diferentes formas e cores e desafiava o reflexo e a paciência de crianças e adultos em todo o mundo. Trata-se do Pac-Man, jogo eletrónico criado para máquinas arcada e que, posteriormente, alcançou fama mundial como um dos principais títulos da consola Atari 2600.
Inspirado na forma de uma pizza, como se apenas uma fatia tivesse sido retirada, Toru Iwatani criou a pedido da empresa Namco uma pequena criatura, inspirada no personagem japonês “Paku”, conhecido pelo seu apetite. De “Paku” veio “paku-paku”, movimento de abrir e fechar a boca, nome que posteriormente foi alterado para “Puck-Man” e levado ao mercado americano como Pac-Man.
Desde o lançamento, os seus números impressionam. Na sua primeira década de existência, gerou mil milhões de dólares de receita apenas nos Estados Unidos, número que chegou aos 2,5 mil milhões no final da década de 1990, tornando-o o videojogo mais lucrativo da história. A sua capacidade de gerar lucro também se estende a diversos produtos licenciados, que geraram até o ano 2011 cerca de 2,33 mil milhões de dólares, apenas no mercado norte-americano.
O vídeo abaixo mostra a evolução do Pac-Man ao longo de 35 anos:
https://www.youtube.com/watch?v=asVnYiWTxbM
No entanto, não só de nostalgia vive o Pac-Man. Este ano, no âmbito das paródias criadas pelo Google durante o “April’s Fool”, no dia 1 de abril, o jogo esteve disponível nas ruas do Google Maps de todo o mundo para desktop e nos dispositivos móveis.
E qual é o segredo para para a popularidade e longevidade do Pac-Man? Listamos as cinco principais:
- Jogabilidade: Pac-Man foi um dos primeiros jogos a trabalhar sobre a dinâmica “fuja dos inimigos”, em oposição ao “mate tudo o que estiver pela frente”. Desta maneira, a pontaria deixa de ser o principal desafio para os jogadores e a rapidez para a tomada de decisões torna-se mais importante para avançar no jogo.
- Universalidade: Para Toru Iwatani, todos os videojogos do final da década de 70 “eram violentos ou relacionados com o espaço e nem todos podiam jogar, especialmente as mulheres”. Iwatani queria criar “um jogo cómico que também pudesse atrair as mulheres” e que pudesse ser jogado por pessoas de todas as idades.
- Super poderes: para vencer os fantasmas, o utilizador devia comer uma espécie de pastilha ou bola de tamanho superior às outras do labirinto para tornar os inimigos destrutíveis durante um pequeno intervalo de tempo. Este sistema de recompensas temporárias tornava o jogo mais dinâmico, ao trocar os papéis de caça e caçador, e foi amplamente copiado noutros títulos à época.
- Narrativa através de interlúdios: Pac-Man ajudou a desenvolver um estilo de narrativa nos videojogos onde a história acontece entre os níveis e não durante o jogo – a ação não era interrompida para explicar as motivações do personagem. Os interlúdios cómicos também ajudavam a quebrar a tensão do jogador depois de superar um desafio e geravam empatia com o personagem
- Mascote: o Pac-Man como personagem foi um dos primeiros jogos a ser licenciado como produto: tornou-se brinquedo, estampou t-shirts, rendeu livros infantis, ganhou séries animadas e até foi tema de uma canção em 1981:
Ficou com vontade de jogar Pac-Man? É possível fazê-lo (legalmente) na página inicial do Google apenas esta sexta-feira ou fazer o download gratuito do jogo na Apple Store e no Google Play.