Se visitou o Google esta terça-feira, deve ter visto algum dos cinco doodles no qual aparece uma mulher a flutuar no espaço, a operar um vaivém espacial ou a ensinar ciência a meninas. Esta foi a maneira que a página escolheu para homenagear Sally Ride, a primeira mulher norte-americana a ser enviada para o espaço. Se estivesse viva, a cientista celebraria 64 anos neste dia.
“Como a primeira mulher norte-americana no espaço, Sally Ride capturou a imaginação do país como um símbolo da habilidade das mulheres para quebrar barreiras. (…) Ela também foi uma investigadora em Física, escritora de ciência e defensora da inspiração para manter as crianças animadas sobre o estudo da ciência nas escolas”, explica Tam O’Shaughnessy, companheira de Sally e cofundadora do instituto Sally Ride Science, numa publicação no blogue do Google.
Sally ficou conhecida por ir ao espaço a bordo do vaivém espacial Challenger a 18 de junho de 1983. A astronauta e a restante da tripulação puseram em órbita dois satélites de comunicação, fizeram experiências com fármacos e foram os primeiros a levar dentro do veículo espacial um satélite avariado. Sally foi responsável por operar o braço mecânico durante a operação.
![sally_ride03](https://bordalo.observador.pt/v2/q:84/rs:fill:560/plain/https://s3.observador.pt/wp-content/uploads/2015/05/sally_ride03.gif)
A astronauta retornou à Challenger em 1984 e faria a sua terceira viagem no veículo espacial em 1986, mas um acidente destruiu a nave e vitimou os sete membros da equipa que estavam a bordo, o que inviabilizou aquela viagem especial.
Formada em física e inglês na Universidade de Stanford, a norte-americana costumava brincar aos cientistas quando era criança, segundo conta O’Shaughnessy. Em 1977, estava a ponto de terminar a tese de doutoramento em Física, quando viu um anúncio da NASA a recrutar investigadores para fazerem parta do programa espacial do país – e, pela primeira vez, aberto à participação de mulheres. Sally foi uma das oito mulheres selecionadas pela agência. Antes deste programa, já haviam sido enviadas ao espaço as russas Valentina Tereshkova, em 1963, e Svetlana Savitskaya, em 1982.
“Ao olhar a Terra através da janela de um vaivém espacial, Sally comoveu-se pela vista do nosso planeta azul coberto por um fina camada de ar. Ela percebeu como era importante para todos nós cuidarmos de nosso frágil lar no espaço”, explica O’Shaughnessy.
![sally_ride05](https://bordalo.observador.pt/v2/q:84/rs:fill:560/plain/https://s3.observador.pt/wp-content/uploads/2015/05/sally_ride05.gif)
Sally deixou a NASA em 1987, com um registo de 14 dias, 7 horas e 46 minutos no espaço e dedicou o resto da sua vida profissional ao ensino da ciência, como professora nas universidades de Stanford e da Califórnia. Com a ajuda da sua companheira, fundou o instituto Sally Ride Science em 2001, dedicado ao ensino de ciência sobretudo a meninas, e escreveu sete livros infantis com o objetivo de incentivar o estudo do espaço. A astronauta morreu a 23 de julho de 2012 por complicações de um cancro no pâncreas.
Para a realização dos doodles, o Google convidou O’Shaughnessy para ajudar na criação das animações, de modo a refletir “não apenas o seu trabalho a bordo da Challenger, mas a sua paixão por ensinar ciência e tecnologia às crianças”, explica.
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![sally_ride02](https://bordalo.observador.pt/v2/q:84/rs:fill:560/plain/https://s3.observador.pt/wp-content/uploads/2015/05/sally_ride02.gif)
![sally_ride04](https://bordalo.observador.pt/v2/q:84/rs:fill:560/plain/https://s3.observador.pt/wp-content/uploads/2015/05/sally_ride04.gif)
https://www.youtube.com/watch?v=AvfpnyRW8Io