A empresa de desenvolvimento de jogos Electronic Arts anunciou esta quinta-feira o lançamento do jogo FIFA 16 com uma novidade: pela primeira vez na história da série, os jogos serão disputados entre equipas femininas. O jogo será lançado a 22 de setembro e estará disponível para as consolas XOne, Xbox 360, PS4 e PS3 e para o PC.

Serão 12 as seleções nacionais que estarão disponíveis para os jogadores: Austrália, Brasil, Canadá, China, Inglaterra, França, Alemanha, Itália, México, Espanha, Suécia e Estados Unidos. Será possível disputar um torneio offline, participar de amigáveis online e jogar no modo “Kick Off”.

“Trazer algumas das melhores jogadoras e equipas do mundo ao nosso franchise é um acontecimento bastante significativo para a EA Sports, e estamos igualmente entusiasmados com a hipótese de trazer a milhões de fãs uma nova forma de jogar”, afirma David Rutter, vice-presidente e diretor geral da EA Sports em comunicado de imprensa.

Assim como nas versões anteriores do jogo, a equipa de criação do FIFA 16 realizou uma uma sessão de captura de movimentos através de um scan 360 graus com quatro jogadoras da equipa dos Estados Unidos para reconstituir os movimentos do corpo das atletas. Estas leituras foram utilizadas para construir novos modelos de jogadoras. A empresa EA Sports também viajou a uma série de torneios e eventos pelo mundo para captar expressões faciais e movimentos do cabelo, de forma a assegurar que as jogadoras sejam representadas da forma mais realista possível.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

“Honestamente, mal posso acreditar em toda a ciência e tecnologia por detrás do jogo em si, especialmente quando vestimos os fatos especiais de captura de movimentos e quando eventualmente fizermos parte do jogo”, disse no comunicado Abby Wambach, a avançada da seleção dos EUA e melhor marcadora do mundo em jogos entre equipas nacionais. “Estamos ansiosas por nos vermos no jogo, mas ainda mais para vermos a reação de todos os fãs, incluindo os fãs da nossa equipa, que talvez não esperassem algo deste género por parte da EA Sports”.

Em entrevista ao jornal The Guardian, David Rutter explica que a sua equipa teve de esperar anos para superar os “desafios técnicos” de incluir as mulheres na famosa franquia de jogos. “Precisávamos ter as ferramentas e tecnologia corretas que pudessem diferenciar homens e mulheres. Além disso, tivemos que levar em consideração o tempo e esforço necessários para viajar ao redor do mundo para fazer a captura dos rostos, cabeças e movimentos. Tem estado na nossa lista de pendências há tempos”.

E por que não foi possível utilizar a mesma tecnologia para a leitura do corpo das atletas das versões anteriores do jogo?

“A grande mudança que tivemos de fazer é reconstruir a plataforma de animação, a fim de que o esqueleto debaixo de cada jogador trabalhasse com diferentes proporções. O nosso sistema de animação é baseado na altura e constituição física. Agora tivemos de implementar um novo sistema que permite que as ancas se mexam e que os ombros se movam verticalmente. A largura dos ossos e articulações também era um fator importante. É uma grande mudança”, disse Rutter.

A criação de uma nova tecnologia para a leitura do corpo feminino vai beneficiar os próximos lançamentos do jogo FIFA com jogadores masculinos. “Muitas atletas têm cabelo longo, então tivemos de nos concentrar neste elemento também. Isto permite-nos melhorar a aparência de jogadores do sexo masculino com penteados similares”, conta o vice-presidente da EA Sports.

FIFA16_XboxOne_PS4_Women_ChristineSinclair_LR

EA Sports

O Guardian lembra que o FIFA 16 não foi o primeiro jogo de futebol para consolas a incluir atletas femininas. Em 2000, o estúdio Silicon Dreams incluiu jogadoras nos títulos “Mia Hamm 64 Soccer” e “Uefa Dream Soccer”, apesar de ambos não terem sido bem recebidos pelo público e crítica.

O lançamento do FIFA 16 coincide com o Mundial de Futebol Feminino, que acontece este ano a partir de 6 de junho no Canadá. Das 12 equipas que fazem parte do jogo, apenas a Itália não participará do campeonato.

Ainda não há informações sobre quais as ligas, equipas e jogadores masculinos farão parte do FIFA 16, no entanto Rutter adiantou que “assim como na vida real, as seleções nacionais femininas apenas podem competir entre si” e que por este motivo não será possível adicionar mulheres ao Ultimate Team no FIFA 16.