Habitantes de Caxinas, em Vila do Conde, admitiram esta segunda-feira recorrer aos tribunais para travar a construção de um edifício contíguo à igreja local, alegando que o prédio vai tirar visibilidade ao templo.

A possibilidade foi esta segunda-feira levantada no decorrer de uma assembleia popular, realizada no centro paroquial de Caxinas, onde participaram mais de 200 pessoas.

Os populares manifestaram total desacordo com o recente acordo feito entre a Câmara Municipal de Vila do Conde e o empreiteiro a obra, para que fosse contemplado um maior afastamento entre o prédio e a igreja [13 metros], considerando que o mesmo é suficiente.

Desta forma os populares, e liderados por uma Comissão ad-hoc, constituída por 12 elementos residentes em Caxinas, admitem partir para vias judiciais.

“Não sei se iremos por um processo-crime contra quem fez a obra ou por um processo administrativo para a tentar anular. O que me interessa é que se resolva o problema, e que se impeça esta vergonha de crescer”, disse Abel Coentrão, porta-voz da comissão.

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O contestatário reconheceu que “a primeira tentativa da população em convencer, através do diálogo, quem poderia resolver o problema saiu derrotada”, garantindo que serão “agora analisadas outras formas de ação”.

Na assembleia popular desta segunda-feira, que se prolongou por mais de duas horas, e em que vários residentes da localidade e elementos de partidos políticos intervieram, ficou ainda a possibilidade de serem feitas exposições para a Procuradoria Geral da República e para a Inspeção Geral de Finanças.

No centro da polémica está um edifício, de cinco andares, para apartamentos, ainda em construção, que os paroquianos alegam que irá tirar visibilidade à Igreja de Caxinas, inaugurada em 1985 junto ao mar, que serve uma população de quase 20 mil pessoas.