O presidente centrista, Paulo Portas, afirmou este domingo que “Camarate não foi um acidente”, numa cerimónia de homenagem a Adelino Amaro da Costa, em que fez o elogio do CDS “construtor de maiorias” no “arco da governabilidade”.
“No CDS somos institucionalistas, por isso sabemos que Adelino Amaro da Costa não perdeu a vida por acidente, perdeu-a ao serviço de Portugal e de uma ideia política. Não pode haver uma dádiva cívica maior do que essa. Institucionalistas, acreditamos no que sucessivas, creio que cinco, comissões de inquérito foram capazes determinar: Camarate não foi um acidente”, afirmou Paulo Portas.
O também vice-primeiro-ministro falava na cerimónia de inauguração da requalificação do largo Adelino Amaro da Costa, em frente à sede do CDS-PP, no dia em que o partido completa 41 anos, na sessão em que participou e interveio o vice-presidente da Câmara de Lisboa, Duarte Cordeiro (PS).
Adelino Amaro da Costa, um dos fundadores do CDS-PP, foi ministro da Defesa do Governo da Aliança Democrática (AD) e morreu, com o então primeiro-ministro e presidente do PSD, Francisco Sá Carneiro, depois de o avião em que seguiam cair em Camarate. Existiram dez comissões parlamentares de inquérito à queda do avião.
Paulo Portas defendeu que o nascimento do CDS permitiu “ao sereno povo que se revê no centro direita e na direita democrática ter um partido” e ao regime democrático ter “verdadeira alternância política e contar com o personalismo cristão para a construção do progresso e Portugal”.
“A nação que é Portugal permitiu dispor em democracia de um partido fundador do arco da governabilidade, disposto a dar a cara, partilhar responsabilidades e correr riscos nas horas mais difíceis, nas horas de maior emergência e nas circunstâncias em que Portugal mais precisava”, sustentou.
Esse chamado arco da governabilidade, assinalou Portas, “seria diferente do arco constitucional de 1976 demasiado ideológico e socializante”. Segundo o presidente centrista, Adelino Amaro da Costa encarnou esse partido “construtor de maiorias”.
Paulo Portas quis “prestar homenagem ao punhado de mulheres e homens que fundaram o CDS” há 41 anos, assinalando que a sua coragem “naquele tempo” “não era apenas intelectual, era física”. O líder centrista sublinhou que os centristas assumem “a história do CDS como um todo”, na qual todos os presidentes do partido “deram o seu melhor por Portugal e trabalharam pelo bem comum”. “Não há evoluções nem percursos que invalidem esta certeza”, afirmou.
Na cerimónia estiveram presentes os antigos presidentes Adriano Moreira e José Ribeiro e Castro e o antigo vice-presidente Basílio Horta, atualmente presidente da Câmara de Sintra eleito pelo PS. Duarte Cordeiro referiu-se na sua intervenção às obras de requalificação do espaço público da cidade nas quais a reabilitação do largo Adelino Amaro da Costa se insere, sublinhando o que a parceira com o Governo ainda não alcançou.
“Fica inexplicavelmente, a faltar a recuperação da estação Sul Sueste cuja degradação contrasta com esta transformação. Esperemos que brevemente nos transfiram essa responsabilidade”, declarou.
Paulo Portas agradeceu ao atual presidente da autarquia, Fernando Medina, e ao anterior, que é agora secretário-geral do PS, António Costa, a requalificação do largo em que se situa a sede do partido, agora requalificado através de um projeto dos arquitetos Falcão de Campos e Luísa Ramalho.
Interdito a carros, com um pavimento renovado, duas novas árvores numa das extremidades, rodeadas por bancos de jardim, no chão do largo podem agora ler-se frases de Adelino Amaro da Costa, que foram escolhidas por Freitas do Amaral, Maria do Rosário Carneiro, Ribeiro e Castro.