“L Burro i L Gueiteiro” vai passar, ao longo dos próximos cinco dias, pelas pitorescas aldeias de Freixiosa e Vila Chã da Braciosa, no concelho de Miranda do Douro, no distrito de Bragança.

Segundo Joana Braga, da Associação para o Estudo e Proteção do Gado Asinino (AEPGA), em declarações à agência Lusa, a iniciativa caracteriza-se ainda por ter uma dupla missão: mostrar o melhor do Planalto Mirandês e quebrar, ao mesmo tempo, o estereótipo de uma cultura parada no tempo.

“Acreditamos que está em constante transformação e que temos, por isso mesmo, a responsabilidade de contribuir com atividades criativas e de qualidade que a estimulem. Isso significa trazer pedaços de outras culturas, mas também repensar o contacto com o que é de cá, e que continuamos a privilegiar”, acrescentou.

Ao longo do festival, os participantes vão “deambular” na companhia do Burro de Miranda, por antigos caminhos rurais, contemplando “bonitas paisagens” que os irão conduzir ao encontro de aldeias que são guardiães uma ruralidade única, do convívio com a população local e da exultação concedida pela partilha das arraias tradicionais que noutros tempo se fazia na região da raia nordestina.

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Segundo os promotores da iniciativa, um dos objetivos do festival é procurar que a arte e a cultura sejam a causa para a revitalização da região, procurando novas aproximações artísticas, sociais e económicas e, ao mesmo tempo, estimular sinergias entre o património faunístico e florístico e o património cultural, material e imaterial.

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O festival “L Burro i l Gueiteiro” destaca-se de outros festivais pelo ambiente festivo e de partilha entre visitantes e os habitantes das aldeias, proporcionando vivências inéditas aos participantes. O festival surge como um esforço para revitalizar e valorizar dois elementos chave da cultura mirandesa – o Burro de Miranda e o tocador de Gaita-de-Fole -, bem como para enfatizar a relação tradicional existente entre ambos – era o primeiro quem transportava o segundo, até aos arraiais que ia animar, pelas diferentes aldeias do Planalto Mirandês.

Assim, este Festival, planeado ao longo de meses, toma forma em cinco dias de itinerância pelas aldeias de Miranda do Douro, levando burros, gaiteiros, teatro, dança e música ao encontro das populações locais, geralmente desprovidas deste tipo de evento cultural.

Trata-se, de acordo com a organização, de uma iniciativa cultural para miúdos e graúdos, que gostem de caminhadas, refeições apetitosas e “sestas burriqueiras”, de oficinas instrutivas, boa música e de muita festa. “Por tudo isto, é ainda um festival familiar e relaxado, como se de um longo e preguiçoso domingo em família se tratasse, entre burros e ao som das gaitas-de-foles”, concluiu.

O passeio, que conta já 13 edições, é coorganizado pela AEPGA, pela Galandum Galundaina Associação Cultural e pela Câmara de Miranda do Douro.