Milhares de cientistas e académicos, incluindo o astrofísico britânico Stephen Hawking, lançaram terça-feira um apelo para a proibição de armas ofensivas autónomas ou “robôs assassinos”, alertando para o perigo de errarem alvos e serem usados por terroristas.

“As armas autónomas escolhem e acertam em alvos sem intervenção humana. Têm sido descritas como a terceira revolução na prática da guerra, após a pólvora e as armas nucleares”, afirmam os signatários numa carta aberta publicada na abertura da Conferência Internacional sobre Inteligência Artificial, em Buenos Aires.

Os robôs assassinos, que podem tomar a decisão de matar sem controlo humano — ao contrário dos ‘drones’ telecomandados que ainda precisam de intervenção humana — estão a preocupar as Nações Unidas, os cientistas e as organizações de defesa dos direitos humanos.

Duas reuniões de peritos já foram realizadas em Genebra sobre o assunto como parte da Convenção da ONU sobre Certas Armas Convencionais.

“A tecnologia de inteligência artificial chegou a um ponto onde o desenvolvimento daqueles sistemas é, praticamente senão legalmente, possível nos próximos anos, mais do que nas próximas décadas”, referem na carta aberta investigadores de professores de Harvard, Berkeley, Cambridge, Liège.

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Toby Walsh, professor de Inteligência Artificial na Universidade New South Wales, na Austrália, e signatário do ato, afirmou que “todas as tecnologias podem ser utilizadas para o bem e para o mal”.

Para o professor, o desenvolvimento da inteligência artificial deve ser feito, mas de maneira regulamentada, visto que as aplicações civis são múltiplas, e acompanhada de uma legislação restrita.

Toby Walsh salientou também que as empresas de armamento dos principais países desenvolvidos têm feito progressos consideráveis no desenvolvimento daquela tecnologia nas aplicações militares.