Os homens portugueses estão cada vez mais bonitos? Humm… digamos que estão a melhorar, mas ainda há trabalho a fazer: comece por ser mais atrevido e audaz na escolha das roupas que veste.
Se tem mais de 14 anos está na hora de começar a escolher a sua roupa (e não entregar essa tarefa à mães, namorada, esposa, amante…). Acredite que a tarefa de compôr um outfit elegante pode ser um exercício tão estimulante como cozinhar, provar vinhos ou antecipar lances de futebol. Certamente é mais benéfico para a saúde mental do que ver programas de comentário político, jogar Candy Crush ou ler o Chagas Freitas.
Portanto, com a ajuda da Vogue, da Esquire e da Style Complex sugerimos sete peças de roupa que pode aproveitar para colocar no lixo este fim de verão. Ou, se for politicamente correto, para reciclar, fazendo panos de limpar o pó.
1. Camisas justas e brilhantes
Sabe aquelas camisas justas, brilhantes, que se colam ao corpo e que se convencionou serem boas para sair à noite? Pois, essas que se vestem para exibir os troncos trabalhados no ginásio e que acredita que atraem os olhares das miúdas giras? Tire daí a ideia. Nenhuma miúda (verdadeiramente) gira gosta de homens exibicionistas. E por mais que estejamos em pleno revivalismo dos seventies, ninguém aguenta outro John Travolta. Sugestão: vista uma camisa branca. Simples. Clean. Fica bem com tudo e com todos.
Camisas de tecido brilhante. Foto: Ali Express
2.T-shirts com decote largo
As t-shirts com os decotes em V grandes e largos, a deixarem ver os pelos no peito e o fio de ouro com o crucifixo, sofrem do mesmo mal que as camisas justas: são demasiado exibicionistas. Ainda ninguém inventou nada tão sedutor como o mistério.
T-Shirts de gola cortada. Foto: expressionmasculine.blogspot.com
3.T-shirts com frases motivacionais
No mesmo lote de roupas a eliminar estão as t-shirts com frases motivacionais como aquelas que se escrevem na agenda no dia 1 de janeiro e que jamais se cumprem. Acredite: se tem de escrever a motivação no peito ou nas costas é porque ela é fraca no coração. Portanto, se não está a ser pago para fazer publicidade aos livros de Gustavo Santos, faça desaparecer esse trapo.
Se o Gustavo Santos ou a Chiado Editora não lhe pagaram para fazer publicidade, então evite as frases motivacionais ao peito. Foto: Ebay
4. Chapéus de palha e fedoras às riscas
Sabe porque é que havia tantos lugares livres junto à sua toalha de praia? Era porque tinha levado um chapéu de palha. Só o Manuel João Vieira pode usar um chapéu de palha e uma camisa havaiana e ter graça. Qualquer outro mortal, mesmo que seja o Cristiano Ronaldo ou outra celebridade, dificilmente escapa ao desconchavo.
As fedoras masculinas — nome técnico para chapéus clássicos — tiveram as suas décadas de ouro nos anos 50 ou 90. Mas a tentativa de as trazer para o século XXI não foi bem sucedida (se exceptuarmos Don Draper, claro). Quem quer que as use fica sempre como uma má colagem de um rapaz de uma qualquer boyband à beira de ser esquecida. Se quer usar um chapéu assuma o classicismo da peça, vá a uma chapelaria e compre uma fedora verdadeira. Essa pode usar sempre.
Fedoras? Só se for o Don Draper ou o Manuel João Vieira. Foto: Ebay
5. Camisas com padrão vichy ou gingham
Nos anos 90 celebrizaram-se por serem as camisas mais usadas por aqueles bons rapazes que enchiam os cursos de engenharia, que eram tímidos e em que o contacto com o sexo oposto se ficava pelo folhear da revista Gina. O que é que aconteceu com esses rapazes e essas camisas? Eles envelheceram, perderam cabelo e ganharam barriga, casaram, divorciaram-se… e continuaram a vestir as mesmas camisas de padrão vichy, anódinas e bem comportadas.
Por favor, rapazes. O mundo mudou. Atrevam-se na loucura de vestir uma camisa cinzenta, castanha, burgundy ou preta. Experimentem padrões geométricos e camisolas de gola alta. Com este revivalismo dos anos 70 ainda vamos ver Paulo Portas a vestir uma com um blazer por cima, tal como o Zé Mário Branco em 1975.
Camisas em padrão vichy que você já usava na faculdade, nos anos 90. Foto: www.lyst.com
6. Calças estilo safari
Lembra-se das lojas Coronel Tapioca, onde se compravam roupas para fazer safaris nos montes alentejanos? Com aquelas calças de grandes bolsos laterais em caqui, onde supostamente iriam múltiplos instrumentos para a grande aventura no deserto? Pronto, as lojas faliram mas há quem insista em usar estas calças com a desculpa que precisa de guardar a carteira, as chaves, o telemóvel. É mentira. Até quem vai mesmo para o deserto leva uma mochila, umas calças de ganga e umas botas Palladium (verdadeiro ícone dos aventureiros). Nada serve de desculpa para ainda vestir calças safari . Portanto, a não ser que esteja a pensar justar-se ao Estado Islâmico, guarde-as para quando tiver que pintar a casa.
A não ser que esteja a pensar juntar-se ao EI, não continue com a mania de vestir calças safari. Foto: www.kariban.com
7. Ténis de corrida com tudo
Definitivamente o estilo desportivo continua a dar cartas e há cada vez mais gente a correr pelas ruas como se não houvesse amanhã. Mas há. E o amanhã diz que não temos que andar sempre com ténis de corrida nos pés. Para já não falar de calças de fato de treino e t-shirts de cavas. Mesmo que tenha um emprego informal, não esteja sempre calçado com ténis ou aparentados (como os sapatos Merrell).
Por mais que o “running” estejas na moda não vale a pena parecer que está sempre pronto a desatar a correr. Foto: www.zappos.com
Agora que vêm aí dias mais frios, experimente uns clássicos sapatos Oxford, uns loafer ou uns botins de cabedal. Afinal já é uma pessoa crescida, deixe que seja só a sua mãe a pensar que não.
