O Ministério Público francês abriu uma investigação preliminar por “fraude agravada” contra o grupo alemão Volkswagen pelo escândalo dos motores a diesel adulterados para falsificar as emissões de gases poluentes, informaram fontes judiciais.
Segundo as referidas fontes, citadas pelas agências EFE e AFP, a decisão do Ministério Público foi motivada por “todos os elementos que apareceram nos meios de comunicação” sobre o caso e pela notificação apresentada por um cargo público da região de Paris, cuja identidade recusou dizer.
A investigação foi aberta por suspeita de “fraude agravada” numa mercadoria que pode ser perigosa para a saúde.
O grupo Volkswagen é suspeito de ter equipado veículos vendidos em todo o mundo com um ‘software’ que permite falsificar os controlos antipoluição.
Quase um milhão de veículos a diesel vendidos nos últimos anos em França, das marcas Volkswagen, Audi, Skoda e Seat, foram equipados com o referido ‘software”, segundo a filial francesa da Volkswagen.
Em todo o mundo, cerca de 11 milhões de veículos foram equipados com o ‘software’ e o escândalo provocou a demissão do presidente executivo do grupo, Martin Winterkorn.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) classificou em 2012 os gases libertados pelos motores a diesel como cancerígenos.
A ministra da Ecologia francesa, Ségolène Royal, que anunciou a realização de testes aleatórios numa centena de veículos vendidos em França, denunciou o escândalo como “uma forma de roubo do contribuinte e do Estado”, já que os veículos considerados ‘limpos’ beneficiam de prémios e de bónus fiscais.
Paralelamente à investigação do Ministério Público de Paris, numerosos processos contra o grupo alemão foram anunciados em França, por uma associação ecologista e também por proprietários franceses de veículos a diesel Volkswagen e acionistas franceses do grupo.
Processos judiciais foram interpostos em numerosos países, nomeadamente uma ação contra o grupo nos Estados Unidos.