Não houve qualquer interessado em comprar os terrenos da Feira Popular. Em comunicado, a câmara de Lisboa anunciou que no fim do prazo fixado para a hasta pública, esta segunda-feira às 13h00, não surgiu qualquer proposta aos serviços do município.

A câmara diz, contudo, que a possibilidade de não surgirem interessados estava prevista no “ponto 22.2 do Programa de Concurso da hasta pública”, pelo que se passará agora a “uma segunda fase”. Ou seja, o prazo para entrega de propostas é alargado em mais 45 dias, terminando agora apenas a 2 de dezembro.

“O Júri da Hasta Pública determinou que se avance imediatamente com a publicação de novos anúncios, para que, no prazo de 45 dias, possam ainda ser apresentadas propostas para a aquisição dos terrenos em causa, sem alteração de qualquer uma das condições anteriormente aprovadas pelos órgãos municipais”, pode ler-se no comunicado da autarquia lisboeta.

Tais anúncios, diz ainda a câmara liderada pelo socialista Fernando Medina, “serão publicados em Boletim Municipal já na próxima 5ª feira, dia 22 de outubro”. O novo prazo para apresentação de propostas a terminará então agora apenas às 17h00 do dia 2 de dezembro, sendo que o acto público de abertura das propostas  será no dia seguinte, 3 de dezembro, pelas 10h00.

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A alienação destes terrenos, delimitados pelas avenidas das Forças Armadas, da República e 5 de Outubro e com uma área de construção de 143 mil metros quadrados, foi aprovada em julho pela Câmara e pela Assembleia Municipal de Lisboa que os colocou à venda por 135,7 milhões de euros.

A venda inclui, contudo, algumas recomendações como a preservação da memória do Teatro Vasco Santana, a definição de limites à área de construção para comércio ( não pode ser superior a 25%), serviços e habitação (não pode ser inferior a 25% nem exceder 35% da superfície total), a criação de um plano de acessibilidade pedonal e a existência de áreas verdes (em 30% dos terrenos).

Segundo o Diário Económico desta manhã, da lista de potenciais interessados fariam parte a seguradora Fidelidade, detida maioritariamente pelos chineses da Fosun, o grupo sueco Ikea e os fundos americanos Blackstone e Lone Star.

Os terrenos da Feira Popular estiveram na origem de um processo judicial que envolveu a Câmara de Lisboa e a empresa Bragaparques e que se arrastou por vários anos.