A Via Verde lançou um novo serviço com uma oferta integrada de promoções para deslocações de lazer que, pela primeira vez, inclui descontos nas portagens. O serviço Viagens e Vantagens integra promoções na hotelaria com descontos nos combustíveis e de 25% no preço das portagens, o que, segundo os responsáveis da empresa, constitui um pacote distinto de tudo o que existe no mercado. O objetivo é o de estender estas ofertas a eventos como festivais ou iniciativas desportivas.
Ainda que dirigido para um segmento muito específico, o das viagens de lazer de automóveis particulares, esta é a primeira oferta de descontos em portagens generalizada. Para já, os descontos só estão disponíveis nas concessões controladas pela Brisa, incluindo a Autoestradas do Atlântico, Douro Litoral e Brisal, mas a Via Verde está a trabalhar para estender os descontos às outras concessionárias.
No caso dos combustíveis serão distribuídos vouchers com valores de 4, 6, 8 e 10 euros, que variam em função do preço de venda médio.
A oferta está disponível para os clientes diretos da Via Verde, que são cerca de 2,5 milhões, e poderá ser operacionalizado a partir da aplicação (app) da marca descarregada no telemóvel. Os clientes acumulam pontos do programa Viagens e Vantagens através de pagamentos realizados pela Via Verde e estes pontos são utilizáveis na compra de pacotes que oferecem descontos, e que também podem ser adquiridos com dinheiro.
Este serviço faz parte da estratégia de reposicionamento da concessionária de autoestradas, que ambiciona ser um agregador de mobilidade, integrando vários meios de transporte. A Via Verde vai ser a marca que passa a protagonizar a relação com os clientes.
Apesar do tráfego rodoviário nas autoestradas estar em franca recuperação depois de quedas anuais sucessivas, a Brisa espera um crescimento da ordem dos 7% este ano, a maior concessionária de autoestradas está a tentar adaptar o modelo de negócio. Em causa está a resposta a um novo paradigma, explicou o diretor de marketing, Luís Eça Pinheiro, que responde a maiores pressões ambientais, demográficas, mas também à mudança de comportamento em relação ao automóvel.
Portagens. 77% dos pagamentos são feitos com Via Verde
Para além da fidelização do elevado número de clientes, a Via Verde aposta igualmente em estimular o tráfego de lazer das autoestradas (sobretudo ao fim de semana) e em aumentar o número de automobilistas que utilizam o sistema de pagamento de portagens. Atualmente, cerca de 77% das transações de portagens são já realizadas através da Via Verde, percentagem que cresceu muito com a cobrança eletrónica nas antigas Scut, onde a penetração deste meio de pagamento é superior a 80%.
Numa segunda fase, a Via Verde quer chegar também como meio de pagamento aos táxis ou até transportes públicos, mas só em 2016. A empresa pretende ser uma plataforma que permita à indústria dos táxis dar um salto qualitativo tecnológico, face aos novos operadores, designadamente a Uber. Novas modalidades de transporte como o carpooling, o carsharing e o estacionamento de superfície (a Via Verde já está disponível nos parques de estacionamento) também serão consideradas. A prazo, prevê-se igualmente que o identificador que está no carro deixe de ser necessário.
O impacto na receita não é para já revelado. Segundo Luís Eça Pinheiro, não deverá ser significativo no imediato, mas os responsáveis do grupo acreditam que será potenciador de faturação no futuro.
A Via Verde presta serviços de pagamento a todas as concessionárias de autoestradas. A empresa é controlada pela Brisa e tem, também, como acionistas outras operadoras. A Brisa saiu da bolsa em 2012 e é controlada por uma parceria entre o Grupo José de Mello e o Fundo Argus, que já este ano venderam 30% do capital da Brisa Concessões, a principal empresa do grupo, a investidores luso-brasileiros.
Corrigido com esclarecimentos prestados pela Via Verde face à informação disponibilizada na apresentação do programa.