O presidente demissionário da FIFA foi colocado esta sexta-feira sob vigilância médica domiciliária, anunciou hoje o seu porta-voz, estimando que Joseph Blatter possa retomar funções dentro de uma semana. Sem especificar, Klaus Stohlker afirmou apenas que Blatter sofreu “um incidente médico”, que atribuiu ao “stress” a que o responsável da FIFA tem estado sujeito nas últimas semanas.
Blatter está suspenso de funções pelo Comité de Ética da organização de cúpula do futebol mundial, em consequência da implicação no escândalo de corrupção – o presidente da UEFA, Michel Platini, um dos principais candidatos à presidência da FIFA, foi também suspenso por 90 dias, no início de outubro.
A 25 de setembro, o Ministério Público suíço instaurou um processo criminal a Blatter, que foi interrogado na qualidade de arguido, por suspeita de gestão danosa, apropriação indevida de fundos e abuso de confiança.
Platini foi ouvido na qualidade de testemunha e acabou por ser implicado no processo, por, alegadamente, ter recebido de Blatter um pagamento ilegal, feito “em prejuízo da FIFA”, no valor de dois milhões de francos suíços (perto de 1,8 milhões de euros).
As autoridades suíças informaram que existe ainda “a suspeita que Joseph Blatter violou os seus deveres fiduciários” para com a FIFA, ao ter assinado com a CONCACAF um contrato para a cedência dos direitos de transmissão televisiva dos Mundiais de 2010 e 2014 por valores muito abaixo do preço de mercado.
A FIFA foi abalada por um escândalo de corrupção em maio, a dois dias da reeleição de Blatter, num processo aberto pela justiça dos Estados Unidos e que levou a acusações a 14 dirigentes e ex-dirigentes.
No início de junho, Blatter apresentou a demissão, abrindo o caminho para novas eleições, marcadas para 26 de fevereiro de 2016.