Este artigo foi atualizado a 18 de março de 2016 às 17h48.
Os primeiros pormenores conhecidos da investigação foram tornados público esta terça-feira por François Molins, o procurador francês responsável pela operação antiterrorista. Sabe-se agora do envolvimento de Mohammed Abrini, um belgo-marroquino visto numa estação de serviço com Salah Abdeslam (o terrorista que atacou os bares e restaurantes parisienses e que está agora fugido da polícia) a 11 de novembro. A seguir aos ataques, Abrini pode ter ajudado Salah Abdeslam a sair de França pela fronteira com a Bélgica.
Ora, Salah Abdeslam foi encontrado e capturado esta sexta-feira. Tem 26 anos, é de nacionalidade francesa e residente na Bélgica. Terá sido ele o responsável por alugar os dois carros (um Seat e um Volkswagen) envolvidos nos ataques terroristas em Paris. Esteve fora das mãos da polícia durante mais de quatro meses. Escapou da polícia em Paris (França), em Molenbeek e em Forest (Bélgica). Agora foi ferido e cercado, numa outra operação em Molenbeek. Era lá que residia antes dos atentados com o irmão, envolvido no 13-N e morto no dia do atentado.
Além dele, foi detido mais um homem na operação levada a cabo esta sexta-feira, 18 de março. Há um terceiro homem em fuga, mas sem relação direta com o ataque terrorista de Paris, a 13 de novembro. Salah Abdeslam é o último envolvido conhecido procurado pela polícia. Recorde os acontecimentos de sexta-feira, 13 de novembro e as relações entre os terroristas de Paris na infografia abaixo.
13-N. Quem são os terroristas de Paris?
Outro dado conhecido desde terça-feira é que Abdelhamid Abaaoud, suspeito de ser o cabecilha dos ataques, pode ter passeado junto ao Stade de France e dos bares e restaurantes parisienses, já depois de estes terem sido atacados. Isso terá acontecido enquanto a polícia tomava de assalto o Bataclan, atacado nessa altura por três homens (dos quais apenas um ainda não foi identificado). Mas Abaaoud não estaria sozinho: pode ter estado nos primeiros dois locais de crime com um 4º homem envolvido nos ataques às esplanadas de Paris.
Sobre a operação policial efetuada a 17 de novembro no apartamento em Saint-Denis, onde estariam refugiados os terroristas, o procurador François Molins adiantou ainda que Hasna Boulahcen, alegada prima de Abdelhamid Abaaoud, pode ter sido a responsável por procurar uma casa onde os atacantes se pudessem esconder logo a seguir aos crimes de 13 de novembro. Essa casa, como já se sabia, pertencia a Jawad Bendaoud. Não se sabe se Bendaoud esteve ou não envolvido no planeamento dos crimes, mas foi detido por suspeitas de ser cúmplice dos terroristas.