Maria Barroso, uma das fundadoras do PS, e os jornalistas portugueses foram esta quinta-feira homenageados na Ordem dos Advogados, no âmbito do 67.º aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humanos, numa cerimónia com direito a música e muitos discursos.
Maria Barroso, mulher do antigo Presidente Mário Soares, morreu em julho passado e recebeu o prémio (da Ordem) Ângelo d’Almeida Ribeiro, pelas mãos dos filhos, Isabel e João Soares.
Pelos jornalistas, distinguidos com o mesmo prémio e também pela denúncia da violação dos direitos humanos, recebeu a distinção a jornalista Ana Luísa Rodrigues, do Sindicato dos Jornalistas, que citou a recente crise dos refugiados para falar do “poder do jornalismo”, e o poder “de uma fotografia ou das imagens, perante a inoperância dos poderes europeus”.
O prémio Ângelo d’Almeida Rodrigues foi criado pela Ordem em 2001, um ano após a morte do antigo bastonário. Hoje, na tradicional cerimónia da Ordem, foi mostrado um pequeno filme em homenagem a Maria de Jesus Barroso e outro em homenagem aos jornalistas.
Foram feitos vários discursos a lembrar o dia que esta quinta-feira se assinala, os 67 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos, adotada pela Assembleia Geral das Nações Unidas a 10 de dezembro de 1948.
Foi o caso de Francisca Van Dunem, a ministra da Justiça, da bastonária da Ordem dos Advogados, Elina Fraga, da procuradora-geral da República, Joana Marques Vidal, do presidente da comissão dos Direitos Humanos da Ordem, Eldad Mário Neto.
E também do presidente do Supremo Tribunal de Justiça, António Henriques Gaspar, segundo o qual, na questão dos direitos humanos, “nada está garantido” e por eles é necessário lutar todos os dias.
Ainda hoje, recordou, se viola o direito à vida e há por exemplo de casos de escravatura, de violação da liberdade de expressão, de manifestação ou de escolha de religião. “Tudo tem de ser construído todos os dias”, frisou.
A Declaração, adotada há 67 anos, diz no artigo primeiro que “todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos” e que “dotados de razão e de consciência, devem agir uns para com os outros em espírito de fraternidade”.