Foi a maior manifestação de taxistas da história de Portugal. Calcula-se que 6 mil táxis tenham participado nas manifestações anti-Uber, em Lisboa, no Porto e também em Faro. No final do dia, o presidente da Federação Portuguesa de Táxis, Carlos Ramos, falou de uma “meia vitória”, depois de terem conseguido um compromisso por parte do Governo para que seja criado um grupo de trabalho, do qual não fará parte a Uber.
Foi este o resultado de um dia que começou cedo, antes das 9h00, quando ainda dúvidas quanto ao que a jornada poderia trazer aos taxistas anti-Uber.
“Nunca pensei que alguma vez fosse passar um vermelho com um polícia mesmo ao pé a ver.” A frase é de António Fernandes, taxista lisboeta de 57 anos e que já anda na profissão há outros 30. Somando as distâncias que já percorreu nos quatro carros que conduziu ao longo da sua carreira, conta algo como 3 milhões de quilómetros. Ainda assim, no meio disso tudo, António Fernandes nunca tinha visto nada como o que se passou nesta sexta-feira em Lisboa: milhares de táxis a entupir algumas das principais avenidas e ruas da capital.
Em Lisboa, a marcha anti-Uber começou na Avenida D. João II, no Parque das Nações, e só terminou em frente à Assembleia da República. Pelo meio, os táxis encheram as estradas, criando o cenário que já se esperava. À exceção de táxis, apenas motas da polícia conseguiram passar pelas longas filas de carros.
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“Era preciso fazer uma coisa destas, nós já não tínhamos outra opção”, explica António Fernandes, ao volante do seu Mercedes E220. “Eu entendo os transtornos que este nosso protesto pode causar às pessoas. Eu próprio fiquei preso no eixo norte-sul quando foi o protesto dos suinicultores”, diz, referindo-se à manifestação de 11 de março que entupiu a Segunda Circular sem que fosse dado aviso. “Nesta, toda a gente foi avisada que isto ia acontecer”, desculpa-se. Mais tarde, parado a poucas centenas de metros do Aeroporto de Lisboa, António Fernandes reparou que havia turistas a puxarem malas estrada acima, em direção ao terminal. “Estes é que agora ficaram com a vida mais complicada”, comenta António Fernandes. “Assim sempre dão valor ao que havia dantes.”
Para os taxistas, o problema, já se sabe, é a Uber. “O grave problema da Uber é a alteração do contingente que trabalha neste tipo de serviços, porque o rácio de habitantes e número de licenças é completamente alterado”, queixa-se. “Aquilo que nós queremos e sempre pedimos é que a Uber pare. E se a Uber parar, conversamos. Vamos ver o quê. Mas tem de parar, isso é sine qua non“, exige, recorrendo ao latim.
Ao longo da marcha, praticamente todos os táxis ostentam os mesmos cartazes. “Stop Uber”, “29/04 todos à concentração” e, o mais comum, “Uber ilegal é crime nacional”. Ainda assim, António Fernandes faz uma ressalva: “Nem nós nem ninguém das associações [de taxistas] está contra a Uber. Está é contra a maneira como trabalham. Porque se eles trabalharem com o contingente licenciado para tal, aí, sim, é mais um concorrente (…). Mas assim não pode haver concorrência, porque nós estamos a concorrer de modo desigual”.
“E se surgisse uma lei que proibisse a abertura de novas pastelarias?”
Ainda no início da viagem, à saída do Parque das Nações, António Fernandes quis mostrar um vídeo de uma campanha da Rádio Renascença onde ele apareceu. Puxou do tablet, ligou a internet móvel e atirou-se ao Google. Antes de começar o vídeo, ironia do destino: aparece um anúncio da Uber. Écrã preto, letras brancas. “E se surgisse uma lei que proibisse a abertura de novas pastelarias?”, perguntava a tecnológica que motivou a maior manifestação de taxistas de sempre em Portugal. O taxista reage: “Só que eles não têm licença para ser padaria!”. As licenças, sempre. Tanto que, mais à frente, volta a responder à mesma pergunta com o argumento regulatório: “[As situações não são] comparáveis. Primeiro, porque a pastelaria não é serviço público. É a primeira parte. A segunda parte é que a pastelaria não tem preços convencionados com o Estado. Nós temos. Além de prestarmos serviço público, não praticamos o preço que queremos”.
António Fernandes é um homem vaidoso e gosta de mostrar que o é. “Quem não for vaidoso de si tem algum problema”, vai dizendo amiúde. As três décadas como motorista de táxi já serviram para perceber que, tal como em tudo, há clientes bons e clientes maus. “Há conversas que a gente não quer ter”, diz. Temas fraturantes, como política e desporto. “Mas digo uma coisa: já transportei o Pinto da Costa e posso dizer que é a pessoa mais amável que há”, afirma, garantido que na ocasião se identificou como benfiquista. Tal como fez com José Roquette, na altura em que este era presidente do Sporting Clube de Portugal. “Levei-o ao Restelo e ele deu-me uma gorjeta que era seis vezes o preço da viagem.” Também aí se identificou como benfiquista.
Mas nem sempre as coisas decorrem de forma suave. Até porque, queixa-se, há preconceito contra os taxistas. “Há aí demasiadas pessoas que veem um condutor de táxi como um ser inferior”, lamenta, mesmo que admita que alguns dos seus colegas são “maus profissionais”. Mas isso, garante, é como em todo o lado: “Nós temos processos disciplinares a polícias, inquéritos judiciais a um ex-primeiro-ministro, a médicos… E será que os taxistas têm de ser todos santinhos?”.
A “lição de civismo ao mundo” que acabou por não sê-lo
Ainda assim, a aparente calma com que a marcha lenta decorreu na capital, levou-o a falar numa “lição de civismo”. “O que eu peço aos meus colegas é que isto termine da maneira que começou, para podermos dar uma lição de civismo ao mundo”, diz, em alusão a outras manifestações anti-Uber, nomeadamente em França, onde foram registados confrontos. “E não só. Talvez a opinião pública passe a ver-nos com outros olhos e que não somos aqueles energúmenos”, acrescenta.
Pouco tempo depois de falar das manifestações em França, quando os táxis param na Rua do Ouro, entupindo aquela rua por completo, António Fernandes é abordado por um taxista francês que está de férias em Portugal. “A gente quer que a Uber pare e só depois é que falamos”, explicou ao seu colega parisiense. “Então vão parar até eles pararem, greve até lá?!”, pergunta-lhe o homem, que se chama Nadir. “Não, não chega a tanto”, responde-lhe o taxista português.
Ainda assim, Nadir está impressionado com a manifestação dos colegas portugueses. “Estão todos a fazer greve, isso é super!”, diz. “Em Paris fizemos greve, eu dormi três dias no carro, para dizer que não cedíamos. Mas de 18 mil taxistas, só três mil é que participaram”, queixa-se. “Os outros estão apertados”, diz, fazendo o sinal de uma corda ao pescoço. Nadir não sabia da manifestação de hoje até ter visto tantos carros parados. Foi uma surpresa. “Uma boa surpresa!”, diz, visivelmente contente, levando consigo uma bandeira a dizer “Stop Uber”, garantindo que a levará nas próximas manifestações de Paris. “Aqui está a tal lição de civismo ao mundo de que eu falava”, explica António Fernandes.
Pouco antes de os carros reiniciarem o caminho, os taxistas na Rua do Ouro foram surpreendidos por uma modelo que fazia uma sessão fotográfica. Enquanto a mulher, jovem, alta e loira, andava entre as duas filas de carros, um fotógrafo e um cameraman seguiam-lhe os passos. Quanto aos taxistas, uns olhavam com espanto — e outros lançavam piropos para o ar. “Vai lá vai”, ouviu-se. No final, tiraram uma fotografia de família.
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A marcha seguiu, enfim, até à Assembleia da República ou, como António Fernandes gosta de lhe chamar, “a maior máquina de lavar do país”. Porquê? “É só lavar de roupa suja ali”, explica. Lá chegado, António Fernandes é acompanhado de poucos taxistas. Se é certo que a Avenida Dom Carlos I e a Avenida 24 de Julho ficaram cheias de táxis, é certo que os taxistas não foram para a frente da Assembleia da República, preferindo ficar pelos cafés e restaurantes da zona.
Ainda assim, a manifestação continua, com cerca de 100 taxistas em frente à tal “máquina de lavar”. De vez em quando, alguns fazem soar buzinas, mas também há quem os mande calar. “Ó papagaio, para lá com isso, que já não te posso ouvir!”, brinca um manifestante.
Menos animado, ou cordial, foi o tom utilizado por alguns dos taxistas perante a comunicação social. Amiúde, os jornalistas no local ouviam acusações de estarem “feitos” com a Uber, ou de participarem numa campanha “anti-táxi”. O episódio de maior atrito verificou-se quando um jornalista da SIC abordou um taxista comum para ser entrevistado. Este, acedeu ao pedido. O problema foi criado quando outros taxistas se dirigiram ao seu colega entrevistado e o proibiram de falar, interrompendo a entrevista. “Só falam os representantes, mais ninguém dá entrevistas!”, disseram alguns. Pelo meio, o operador de imagem da SIC ter-se-á dirigido a um taxista de uma maneira que este não gostou. Seguiram-se empurrões e alguns insultos. O Observador filmou este momento, tendo sido prontamente intimidado por um manifestante para parar o vídeo e apagá-lo, colocando a mão à frente do dispositivo que filmava. Pouco depois, afastou-se.
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António Fernandes já temia isto, mas também desvaloriza. “Até correu tudo bem, tirando aquele pequeno quid pro quo”, diz António Fernandes, voltando a fazer uso do seu latim, já depois das 17h00. O quid pro quo foi a pequena escaramuça com os jornalistas. Mas, no Porto, as escaramuças não foram tão pequenas quanto isso e também não foram só contra jornalistas. “Ah, mas isso eles no Porto… Eles no Porto são muito diferentes de nós”, aventa um outro taxista, que ouve a conversa de passagem.
Porto: dia marcado por agressões
Não era para ter sido assim. O percurso combinado entre as associações de táxis e a PSP tinha partida marcada para as 09h00 no Castelo do Queijo, perto de Matosinhos, e deveria causar trânsito no centro da cidade. Na reunião de quinta-feira à tarde, autoridades e responsáveis do setor acordaram que o melhor era que a marcha lenta se fizesse pela marginal, junto à Foz, subindo depois a Rua Mouzinho da Silveira, até à Câmara Municipal do Porto.
“Mas porque é que alteraram à última da hora?“, pergunta, desiludido, um dos cerca de 100 motoristas de táxi que às 08h00 já se encontravam no local, e que decoravam as suas viaturas com a frase “Uber ilegal é crime nacional”. “Ando sem dormir há uns dias, a pensar neste trajeto”, confessa ao Observador Carlos Lima, vice-presidente da Federação Portuguesa de Táxi (FPT). “É que assim não passamos pelo centro da cidade, onde há hospitais, por exemplo.”
Mas não só. Da reunião com a PSP saiu um consenso que, tanto a ANTRAL como a FTP, passaram aos associados: “Quem veio, veio. Quem não veio, nós não temos nada a ver com isso. Não devemos interferir com ninguém, há pessoas que não podem abandonar o trabalho“. Carlos Lima admite que essa preocupação também pesou na hora de escolher um trajeto mais modesto.
No entanto, não foi possível evitar uma agressão a um motorista da Uber, a meio da tarde, na Praça da Batalha. Pedro Sardinha precisou mesmo de assistência médica. Outra condutora, Márcia Neves, levou com ovos e pedras quando deixava uma cliente na estação de Campanhã. Voltando à Batalha, desta vez foi a vez de uma cliente, Ana Calado Pereira, sofrer represálias. A mulher, que apresentou queixa na polícia, conta que um grupo de motoristas começou a apedrejar nas pernas as pessoas que estavam a sair dos automóveis da Uber.
“Está a ouvir isto?! O que ele [ministro do Ambiente] diz não ajuda nada”
A esmagadora maioria dos manifestantes é do sexo masculino e tem mais de 40 anos. Maria Cândida Magalhães só cumpre o requisito da idade. Com três carros por sua conta, faz questão de comparecer, mesmo que não tenha sentido na pele a concorrência da Uber, por trabalhar na pequena cidade de Alfena, Valongo. “Estou solidária com os colegas em maiores dificuldades. Muitos já nem trocam de carro como antes, vê-se que já não têm condições, é mais difícil.”
Armando Lopes, cabelos brancos acumulados ao longo de décadas ao volante, também gostava de poder dizer que está presente por solidariedade. Mas não pode. No último ano e meio, ou seja, quando a Uber começou a crescer em Portugal, afirma ter perdido, em média, quase metade do rendimento mensal, já magro devido aos anos de crise financeira. “Nós pagamos impostos, eles não pagam quase nada e ainda têm sede na Holanda!”, critica. “E ainda vem para a televisão aquele rapazinho novo da Uber [Rui Bento] dizer que, se nós quisermos aderir, que nos dão serviço. Ele que vá gozar a família lá para a terra dele.”
“Estamos aqui para lutar pelos nossos direitos. E isso é lutar contra a Uber, que “atua ilegalmente em Portugal”. Mais: “Dizem que fazem mais barato, mas é mentira. Já nos infiltrámos nos carros deles para fazermos testes e, do Castelo do Queijo à Avenida dos Aliados, nós levamos 9,50€ e eles levam 12€“. As palavras são de Armando Lopes, mas a crítica sobre a publicidade enganosa, assim como a manipulação dos preços e as obrigações de licenças a cumprir, são gerais e levaram centenas de pessoas a participar na marcha lenta, que começou com 30 minutos de atraso.
Foi necessária hora e meia para percorrer os 11 quilómetros até à Câmara Municipal do Porto, tal era o número de viaturas na marginal. O trânsito chegou mesmo a estar parado. “Assim é que devia ser, tudo congestionado!”, diz mais um taxista que não concorda com a mudança de trajeto para evitar entupir a cidade.
Entre a Av. Brasil e a marginal, já só se passa de bicicleta. A marcha de protesto vai bem lenta. pic.twitter.com/R0fXecVKkM
— sara_coelho (@sara_coelho) April 29, 2016
O Observador fez o trajeto à boleia do Mercedes E 250 de António Amorim, taxista há 26 dos 48 anos de vida. Tem um salário fixo, pago pelo dono da empresa que detém o carro. “Eu estou aqui contra a ilegalidade. Não se trata de perder clientes porque tenho os meus fixos, o problema é que há aqui quem ande à boleia dos outros.” A Uber, claro. A certa altura, a voz de João Matos Fernandes, o ministro do Ambiente, com a tutela dos transportes, entra no carro, em direto na Antena 1.
“Está a ouvir isto?! O que ele diz não ajuda nada. Quando um ministro fala assim, está a defender a Uber”. Matos Fernandes estava a defender a modernização dos táxis e a adaptação às novas tecnologias, ao mesmo tempo que reconhecia que a Uber é um fenómeno mundial que “ninguém consegue travar”. “Ele diz que é impossível travar a Uber. Só não o ouço dizer como é que os vai fazer cumprir os mesmos critérios”, protesta o motorista.
Uns buzinam contra a ilegalidade — há quem admita que a Uber possa vir a funcionar legalmente, desde que o Governo estipule legislação igual — outros são mais radicais e fazem barulho pela saída da tecnológica, por não haver mercado suficiente para tanta oferta, dizem. Ponto final. É o que defende Carlos Alves:
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“Há colegas que fazem horas extra na Uber”
Sérgio Vila comprou há pouco tempo um carro novo, modelo Mazda 6. Por causa da Uber? “Para não ficar atrás deles”, admite, embora já tenha visto muitos condutores da Uber em viaturas mais modestas, como o Fiat 500, Seat Ibiza ou Nissan Híbrido. Veste uma t-shirt preta com a frase “Uber, Go Home” e lamenta estar a sentir “bastante” a concorrência na zona da Foz, onde trabalha. Já assistiu a agressões entre motoristas, incluindo uma em que foram motoristas da Uber a tomar a iniciativa.
Apesar disso, Sérgio Vila diz ter conhecimento de “colegas que fazem horas extra a conduzir viaturas da Uber”, em regime de pós-laboral. “Até há polícias e seguranças da noite a fazê-lo!“, diz. Porque recebem mais? “Não faço ideia. O que parece é que agora é fashion trabalhar na Uber.”
Rui Moreira aplaude os manifestantes e recebe os representantes dos motoristas. pic.twitter.com/na4zRc3Ue9
— sara_coelho (@sara_coelho) April 29, 2016
As centenas de viaturas chegam finalmente aos Aliados pelas 11h00 e estacionam à volta da Avenida, de forma a não perturbar a circulação. À passagem do carro de António Amorim, uma senhora sentada numa paragem de autocarro aplaude o protesto. “Olha, temos uma senhora do nosso lado. Deve ser a única!”, admira-se o motorista. Não é caso único. “O que é que se passa?”, perguntam quatro mulheres israelitas ao Observador. “Ahhh… Eles [Uber] chegaram agora a Israel e os taxistas também não estão contentes.” Antes de se despedirem, dizem que a lei terá de mudar, para ser mais justa para todas as partes.
Quem também está do lado dos taxistas é o presidente da Câmara, Rui Moreira, que os recebeu com aplausos e convidou os representantes das associações do setor para uma reunião privada, que durou cerca de uma hora. No final, José Monteiro, vice-presidente da ANTRAL, agradeceu a influência que o presidente possa ter junto do Governo para resolver o diferendo. E aproveita para deixar um recado: “Não estamos contra as tecnologias, já existem em Portugal plataformas que não são contestadas pelo setor”.
Se pelas 13h30 já tudo estava resolvido no Porto, 300 quilómetros a sul o ambiente ainda estava quente e os motoristas iam ligando para os colegas, para saberem das novidades. “Em Lisboa está uma guerra!”, diz um homem a certa altura. Até ao final da tarde, alguns motoristas cumpriram o pedido para que não terminassem o protesto até que a marcha em Lisboa chegasse ao fim.
Às oito da manhã, Carlos Lima tinha dito ao Observador que gostava que houvesse, pelo menos, 500 dos 740 carros que trabalham no Porto a participar. E que acreditava que que não haveria confrontos com os colegas que não estavam a participar na marcha. Contas feitas, o dirigente da FPT tinha algumas razões para sorrir. Houve pelo menos 500 carros na marcha lenta, mas acabaram por se verificar alguns confrontos durante a tarde. Fica a faltar-lhe o sorriso maior: ver o Governo mudar a legislação, para, quem sabe um dia, Uber e Táxis poderem conviver nas estradas sem atritos.