Pedro Passos Coelho disse esta sexta-feira que se fosse primeiro-ministro “não estaria” na inauguração do túnel do Marão, já que quando liderou o Governo também “nunca” esteve na inauguração de nenhuma obra pública. Em vez de ir ele, Passos diz que indicaria o ministro da Economia, defendendo que sobre uma obra “consensual” não se devem “reclamar louros”.
“Creio que o túnel do Marão é uma obra bastante consensual em Portugal. Não vale a pena reclamar louros sobre ela. Mesmo que eu fosse primeiro-ministro, coisa que hoje não sou, e a obra fosse inaugurada amanhã, eu não estaria lá”, referiu Pedro Passos Coelho.
O ex-primeiro-ministro, que falava no Porto à margem da apresentação das publicações ‘Europa – Pela Nossa Terra’ disse que “nunca” esteve numa obra de inauguração enquanto liderou o Governo. “Nem de estradas, nem de autoestradas, nem de pontes, nem de coisa nenhuma. Estaria lá com certeza o senhor ministro da Economia em representação do Governo”, afirmou.
Questionado sobre se foi convidado para uma cerimónia na qual estarão presentes o atual primeiro-ministro, António Costa, e o antigo e também socialista José Sócrates, Passos Coelho confirmou que “sim”, mas reiterou que são questões de agenda que não lhe permitem estar presente dado ter marcado para sábado uma sessão sobre os 42 anos do PSD e uma conferência sobre o Futuro da Europa.
Esta sexta-feira, em declarações à agência Lusa, o ex-secretário de Estado das Obras Públicas Paulo Campos ter negado que o Governo de Passos Coelho tenha poupado mil milhões de euros na obra do túnel do Marão, contrapondo que os encargos do Estado até aumentaram.
Isto depois de, também à Lusa, o também presidente do PSD ter referido que o seu executivo resgatou a concessão para a construção da parte da autoestrada do Marão [Porto/Vila Real], “o que permitiu, apesar dos inconvenientes resultantes do atraso na conclusão da obra, ainda assim poupar cerca de mil milhões de euros ao erário público”.
Confrontado com as declarações de Paulo Campos, Passos Coelho afirmou que remeteu para o que o presidente da Infraestruturas de Portugal terá dito no ano passado.
“A obra está concluída e está paga. Estava inicialmente prevista em 2009 quando o contrato foi lançado como cerca de 1.300 milhões. Ela custou aproximadamente 300 milhões de euros. Portanto claramente que sim [que existe poupança]”, afirmou.
A autoestrada do Marão é inaugurada no sábado, sete anos depois do início da obra.